I - AULA
DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Caso
Concreto 1
Jurisprudência
como fonte do direito
Nascida
Carlos Alberto da Silva Albuquerque, mas operada em 1999 para mudança de sexo,
a cabeleireira Charló conseguiu, ao fim de um processo de dois anos, ter
reconhecida sua nova condição de mulher: Carla da Silva de Albuquerque é a
primeira carioca a obter vitória na Justiça do Rio numa ação de retificação de
registro civil. Quem levou seu pleito adiante foi o defensor público Paulo
César Galliez, que se baseou no direito comparado e em jurisprudência da
Justiça gaúcha. Com o despacho favorável em segunda instância, a cabeleireira
poderá solicitar novos documentos de identidade com o nome de Carla e a
identificação do sexo como feminino. Em ação semelhante, que chegou até o
Supremo Tribunal Federal, Roberta Close não obteve êxito. Agora, Carla só pensa
em se casar no papel com o italiano Carlo Benfinati, com quem vive há seis
anos.
- Dr.
Paulo estudou minuciosamente o caso e fez uma defesa brilhante. Devo isso a
ele, ao amor do meu amor, minha família, minha fé em Deus e também à minha
perseverança – diz ela (Jornal: O GLOBO, 18 de maio de 2003, p. 24).
1. O
defensor público que advogou a causa de Carla buscou o fundamento do pedido em
algumas fontes de direito. Indique quais são e conceitue-as.
A) Fato Social: (Fontes
Material Mediata) - são fatos sociais criadores do direito. Constituem a
matéria prima da elaboração deste. Pois são valores sociais que informam o
conteúdo da norma jurídica;
B) Jurisprudência: (Fonte
Formal Mediata) - é o termo jurídico que significa o conjunto das decisões e
interpretação da lei, tecnicamente significa ciência da lei mediata;
C) Doutrina: (Fonte
do direito imediata), constituída pela
opinião da justiça. É o resultado do estudo de pensadores, juristas e filosofo
do direito sobre o fenômenos ligados ao relacionamento e a conduta humana e a
sua aplicação no campo jurídico.
A
jurisprudência pode ser classificada como uma fonte formal do direito?
Explicite.
R: Sim. É uma fonte formal imediata que
converge do conjunto das decisões judiciais num mesmo sentido, indicando uma
tendência a ser seguida por outras decisões futuras.
Caso
Concreto 2
Súmula
Vinculante
Maria
Vitória, filha de pais separados, está com os amigos no Shopping Cine Marti, na
cidade de Ourinho, comemorando seus 19 anos. Eis que chega Cláudio Amarante,
estudante de direito dizendo que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovara
uma súmula assegurando que o fim da pensão alimentícia não acontece automaticamente,
quando o filho completa 18 anos. Maria Vitória fica exultante.
Cláudio
esclarece, no entanto, que o novo texto serve para orientar a conduta dos
juízes de instâncias inferiores, mas não tem caráter obrigatório como as
súmulas vinculantes. Assim, com a aprovação da súmula, o fim do benefício
depende agora de decisão judicial. Os magistrados vão ouvir os beneficiados
pelas pensões sobre sua possibilidade de se sustentar ou não. Caberá, então, ao
juiz decidir se a pensão continuará sendo paga.
Cheia de
dúvidas, Maria Vitória faz as seguintes perguntas a Cláudio:
1. O que é uma Súmula?
Chama-se
súmula um verbete que registra a interpretação pacífica ou majoritária adotada
por um Tribunal a
respeito de um tema específico, com a dupla finalidade de tornar pública a jurisprudência para a sociedade, bem
como de promover a uniformidade entre as decisões.
2. O que vem a ser uma súmula
vinculante e para que serve?
R: Súmula vinculante é um mecanismo. É
a jurisprudência que
votada e aprovada pelo STF por pelo menos 2/3 do plenário se torna um
entendimento obrigatório aos quais todos os outros tribunais e juízes, bem como
a Administração Pública, Direta e Indireta, terão que seguir. Na prática,
adquire força de lei, criando um vínculo jurídico e possuindo efeito erga
omnes, pelo qual os juízes são obrigados a
seguir o entendimento adotado pelo STF, ou pelos tribunais superiores, sobre
temas que já tenham jurisprudência consolidada.
Questão
Objetiva
Assinale a
alternativa que indica a correta noção de costume como fonte do Direito:
a) Os costumes são as ideias,
diretrizes que justificam o caráter nacional de todo o ordenamento;
b) O costume é a norma criada e imposta pelo uso social; é uma forma
espontânea e popular de criação do Direito;
c) Os costumes são os princípios gerais
do Direito aplicados em determinado sistema jurídico; representam a ciência ou
o conhecimento do Direito;
d) O costume é a manifestação dos
jurisconsultos, no sentido de esclarecer e explicar o Direito.
AULA 03
Caso Concreto 1
Divisões do Direito: Direito Natural
e Direito Positivo
Prof.ª Edna Raquel Hogemann
O doutrinador inglês John Locke
entende que propriedade não é apenas o direito de um indivíduo sobre seus bens
ou suas posses, mas ainda sobre suas ações, sobre sua liberdade, sobre sua
vida, sobre seu corpo etc, em uma palavra, todo tipo de direito.
Foi esta a justificativa apresentada
por Adamastor Trindade para tentar colocar no Jornal de Santa Catarina um
anúncio em que põe à venda seu rim esquerdo e seu pulmão direito. Isto porque
Carlito Pachoal, funcionário do Jornal, recusou-se a receber o pedido de
veiculação do anúncio, alegando que feria o dispositivo existente na Lei
9.434/97 que proíbe a comercialização de órgãos pelos doadores.
1. No caso acima apresentado, os
personagens Adamastor e Carlito utilizam-se de concepções distintas do direito
para defender suas posições sobre a venda de órgãos. São elas fundadas no
Direito Natural e no Direito Positivo. Identifique-as no texto,
conceituando-as.
Resposta: Adamastor busca no Direito Natural
o Direito de vender seus órgãos, tendo em vista a doutrina de John Locke
entender que propriedade é todo tipo de direito.
Carlito, busca no Direito Positivo, escrito, os
motivos para impedir Adamastor de efetuar a venda de seus órgãos.
2. Por que é possível afirmar que, cada
vez mais, caminhamos para conciliar o direito natural com o direito positivo,
que no passado se opuseram frontalmente?
Resposta: Uma vez que o Direito
positivo é fruto da vontade do homem, este emerge espontaneamente da sociedade.
3. O direito natural possui tendência a
converter-se em direito positivo, ou a modificar o direito preexistente?
Resposta:
Possui tendência a converter-se em Direito Positivo.
Caso Concreto 2
Divisões do Direito: Direito Privado e
Direito Público
Prof.ª Bianca Guimarães Pessanha
O grande volume de reclamações que
recebe sobre o valor do IPTU levou o prefeito César Maia a decidir recadastrar
os imóveis de toda a cidade (...).
A prefeitura vai enviar
correspondência a cada contribuinte antes da vistoria. Nova visita pode ser
agendada se o fiscal não tiver acesso ao imóvel. Se o proprietário discordar da
avaliação, terá 15 dias para contestar o novo valor. No ano passado, donos de
1.700 imóveis questionaram o valor venal (Jornal O GLOBO, Rio de Janeiro,
26 de janeiro de 2007, p. 20).
A cobrança do IPTU é regida por qual
ramo do Direito?
Resposta:
Pelo ramo do Direito Publico.
O Município do Rio de Janeiro, nessa
relação tributária, está atuando na qualidade de Município (quando seus poderes
são utilizados tendo em vista o interesse público) ou na qualidade equivalente
a um particular?
Por quê?
Resposta:
Na qualidade de Município, uma vez que, conforme prevê o Critério do Conteúdo
ou Objeto da Relação Jurídica, pois neste caso deve prevalecer o interesse
geral.
O que objetivam as regras de direito
público?
E as de direito privado?
Resposta:
Segundo a Teoria do Fim, quando a finalidade do direito for o Estado, teremos o
Direito Público, quando for o indivíduo, teremos o Direito Privado.
AULA 04
Caso Concreto 1
Três amigos acabaram de ler no jornal
que Madalena, 19 anos, separada, mãe de três filhos, que ganha um salário
mínimo trabalhando como empregada doméstica, foi condenada, pelo Tribunal do
Júri, a três anos de prisão por ter cometido aborto. O primeiro amigo afirma
que o Tribunal do Júri aplicou corretamente a lei, visto que a conduta de
Madalena constitui crime contra a vida (art. 240 do Código Penal). O segundo
amigo discorda, sustentando que a condenação foi injustificada, porque a lei
sobre o aborto não é quase nunca aplicada. O terceiro afirma que o problema é
de cunho filosófico, envolvendo reflexões sobre o moralmente certo ou errado, e
que houve uma injustiça, já que o caso foi resolvido segundo a letra da lei e
não segundo as exigências da justiça.
Examine o caso apresentado procurando
aplicar os conhecimentos adquiridos sobre a Teoria Tridimensional do Direito. Noções
sobre a Teoria Tridimensional do Direito.
Resposta:
O fato é abordado quando se fala do aborto.
O valor é colocado pelo terceiro amigo quando diz que o problema envolve
reflexões sobre o que é moralmente certo ou errado.
Em relação à norma, esta é verificada quando o segundo amigo diz
que a lei sobre o aborto quase nunca é aplicada.
Caso Concreto 2
Recentemente o mundo foi surpreendido
pela notícia de uma mãe francesa que, após anos cuidando de seu filho, que
havia ficado tetraplégico, mudo e cego, após um acidente automobilístico,
praticou a eutanásia, provocando-lhe, por consequência, a morte.
Marie Humbert, mãe de Vincent
Humbert, será julgada pelo Poder Judiciário da França, cuja legislação proíbe a
prática da eutanásia, podendo vir a ser condenada por tal conduta.
O Caso Vincent Humbert, além de
reacender o debate em torno da eutanásia, coloca em choque os direitos
fundamentais à vida e à dignidade, desafiando o jurista na busca da solução
mais justa.
Pergunta-se:
O direito positivo, da forma concebida pela escola kelseniana, será capaz
de oferecer uma solução adequada à questão?
R: Sim, segundo a teoria
Kelseniana, através dos princípios da imputação e da causalidade.
Caso 1 – Características da Norma
Jurídica.
Manoel, brasileiro, foi preso em
flagrante delito, vendendo substância entorpecente. Em sua defesa alega que não
deve ser submetido ao procedimento previsto na Lei de Entorpecentes –
11.343/06, haja vista que não concorda com a criminalização de sua atitude e
que é uma pessoa de “mente aberta diferente do restante da coletividade”. É
acertada a “defesa” feita por Joaquim? JUSTIFIQUE baseando-se na característica
da heteronomia das normas jurídicas.
R: A heteronomia se constitui
numa característica essencial do Direito, na medida em que, determina a
sujeição do comportamento dos indivíduos independente da adesão subjetiva ou
interna de cada um. Portanto, a fundamentação utilizada por Joaquim em sua
“defesa” não encontra amparo sendo facilmente contrariada pela característica
da heteronomia da norma jurídica
Caso 3 – Estrutura da norma jurídica.
Pai mata filha usuária de drogas, no
Leblon Crime teria ocorrido durante briga familiar; vítima levou um tiro na
cabeça e assassino foi baleado. Uma tragédia familiar causou comoção
ontem nos moradores de um prédio de classe média do Leblon. 0 contador (...)
matou com um tiro na cabeça a única filha de 30 anos. O motivo do crime teria
sido um desentendimento entre pai e filha, que era usuária de drogas – fato que
já teria causado há cerca de três anos o suicídio da mãe (...)
O Globo, 9 de janeiro de 2007 – pág.
14, RIO
Levando-se em consideração a conduta
típica penal indicada na matéria jornalística acima como tendo sido praticada
pelo pai, identifique, a partir da norma jurídica abaixo, os elementos que a
estruturam:“Art. 121. Matar alguém:Pena – reclusão de 6 a 20 anos”.
Resposta:
A norma jurídica em destaque é estruturada a partir do preceito e da sanção. O
preceito diz respeito ao comando, que na hipótese é negativo, isto é, de
abstenção (não realizar a ação incriminada penalmente). A sanção, sob a forma
de pena restritiva da liberdade, integra a estrutura da norma como expressão de
punibilidade de conduta antijurídica.
Questão Discursiva – Características da
Norma Jurídica.
Leia atentamente o texto a seguir e
após responda ao que se pede.
“A ‘paz’ produzida pelo Direito apenas
pode ser ‘relativa’. ‘Relativa’ porque, se entende por paz a ‘ausência de
força’; como o Direito precisa de força para conter os impulsos agressivos, a
paz que promove não é absoluta. O Direito combate a força arbitrária,
substituindo-a pela força regulada por normas e parafraseada em pressupostos,
requisitos e ritos de aplicação”. (KELSEN, Hans. Apud SGARBI,
Adrian. Hans Kelsen, Ensaios introdutórios, 2001-2005. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2007, p. 4).
O trecho acima cuida de uma das características
da norma jurídica. Identifique, explique-a e comente acerca da necessidade da
utilização da força na aplicação do Direito.
R: A característica evidenciada no texto
de Hans Kelsen é a coerção entendida como uma reserva de força a serviço do
Direito. A coerção se faz necessária no momento do cumprimento da norma
jurídica pelo seu destinatário e quando de sua aplicação pelo operador do
direito, exercendo a força necessária no momento para o seu cumprimento.
Questão Objetiva
1) Assinale a alternativa correta e
JUSTIFIQUE sua resposta.
Luiza namorava Antonio, e terminou seu
relacionamento para casar com Caio, ex-melhor amigo de Antonio. Certo dia,
Antonio encontra o casal na rua e tem o ímpeto de matá-los, todavia, vem à sua
mente a previsão do Código Penal acerca do homicídio: reclusão de seis a vinte
anos. Apesar da enorme raiva que sente, não pretende passar anos encarcerado em
um presídio e, por tal razão, desiste de levar a efeito a sua ideia de
matá-los. O sentimento de Antônio liga-se a uma das etapas do processo de
aplicação das sanções em caso de violação das normas jurídicas. Qual?
a) Coação.
b) Sanção.
c) Coerção.
d) Premeditação.
e) Imperatividade.
R: Letra “b”. A sanção descrita na norma jurídica relativa ao tipo penal
do homicídio atua no sentido pedagógico de desencorajamento do comportamento homicida.
A Norma Jurídica (continuação). Os
diversos critérios de classificação das normas jurídicas: critério da
destinação, critério da existência, critério da extensão territorial, critério
do conteúdo, critério da imperatividade e critério da sanção.
Caso 1– Classificação das Normas
Jurídicas.
Julieta, com 14 anos de idade, grávida,
casou-se, às escondidas, com Romeu, também com 14 anos de idade. Quando as
famílias descobriram o casamento, buscaram auxílio de um advogado para
informarem-se acerca da possibilidade de anulação do referido casamento. O
advogado, então, mostrou-lhes os seguintes artigos do Código Civil:
Art. 1517. O homem e a mulher com
dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de
seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
(...)
Art. 1520. Excepcionalmente, será permitido
o casamento de quem ainda não alcançou a maioridade núbil para evitar imposição
ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Art. 1550. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade
mínima para casar;
(...)
Art. 1551. Não se anulará por motivo de
idade, o casamento de que resultou gravidez.
Responda, JUSTIFICADAMENTE, ao que se
pede:
a) Se você fosse o
advogado consultado pelas famílias, que resposta daria?
Resposta: O pedido de anulação pode ser
ajuizado, no entanto o casamento poderá ser mantido, com base na interpretação
lógico-sistemática dos artigos do Código Civil acima citados.
b) A que ramo do Direito
pertencem as normas supramencionadas?
Resposta: Aos ramos do Direito Civil e do
Direito Penal.
c) Qual a natureza
jurídica destas normas?
Resposta: São normas pertencentes ao
direito de família.
d) Classifique o artigo
1551 do CC, quanto à sanção.
Resposta: Norma imperfeita. Pois não
invalida o ato, nem estabelece sanção ao transgressor. Tal procedimento
justifica-se, por razões relevantes, de natureza social e ética.
Classificação das Normas Jurídicas.
1) A
norma contida no art. 489 do Código Civil estabelece: “Nulo é o contrato de
compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a
fixação do preço”. Classifique essa norma jurídica quanto ao critério da sanção
e JUSTIFIQUE sua resposta.
Resposta:
Norma jurídica perfeita. Se violada, resultará na nulidade do negócio jurídico
realizado.
Classificação das Normas Jurídicas
2) Prevê o artigo 195 da Constituição
da República que: “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: (...)”. Classifique essa norma jurídica quanto
ao critério da aplicabilidade e estabeleça a diferença entre as normas
jurídicas auto-aplicáveis, dependentes de complementação e as dependentes de
regulamentação.
Resposta: A norma jurídica constitucional
em questão é norma não auto-aplicável, regulamentável, pois depende de lei
infra-constitucional para torná-la executável, dando as condições de sua
aplicação. As normas jurídicas auto-aplicáveis são aquelas que não dependem de
regulamentação por outra lei, ou por regulamento
Questão Discursiva – Espécies
legislativas.
O artigo 59 da Constituição da
República Federativa do Brasil estabelece quais são as espécies legislativas
admitidas no ordenamento jurídico brasileiro. Estabeleça, brevemente, as
diferenças entre elas.
Resposta:
O processo legislativo tem por objeto as espécies normativas arroladas no art.
59 da CF, que serão examinadas segundo sua natureza e o processo de sua
elaboração.
As
emendas à CF visam promover acréscimo, supressão ou modificação no texto
constitucional.
As
leis complementares não são tipificadas pela CF segundo critério ontológico.
Caracterizam-se pelos assuntos que a Carta lhes reservar e pelo quorum de
aprovação. Assim, aquelas matérias indicadas na CF como próprias de lei
complementar não podem ser tratadas pelas leis ordinárias, que não têm força
para modificar preceitos nela contidos, salvo se cuidares de assunto de lei
ordinária.
As
leis ordinárias apresentam o mesmo processo de elaboração das leis comuns que
respeitam as seguintes fases: a iniciativa, com a apresentação do projeto, que
a seguir será objeto de discussão nas comissões técnicas, sendo submetido à
votação e aprovação pelas Casas Legislativas. Uma vez aprovado será apresentado
ao chefe do Poder Executivo para sanção ou veto. Após sanção, o projeto segue
para promulgação e publicação na Imprensa Oficial.
As
leis delegadas: A CF cuida, na parte relativa ao processo legislativo, da
delegação, entendida como a autorização concedida pelo Congresso Nacional ao
Presidente da República para elaboração de leis delegadas (art. 68 da CF).
As
medidas provisórias estão previstas no art. 62 da CF, nos seguintes termos: em
caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las, de imediato ao Congresso
Nacional.
Os
decretos legislativos são ”as leis que a CF não exige a remessa ao Presidente
da República para sanção (promulgação ou veto)” – Pontes de Miranda. Para José
Afonso da Silva, decretos legislativos são “ atos destinados a regular matérias
de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF) que tenham
efeitos externos a ele; independem de sanção e de veto”.
Resoluções:
Se os decretos legislativos são atos destinados a regular matérias de
competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF) que tenham efeitos
externos a ele, as resoluções têm a mesma natureza, porém com efeitos internos,
acrescentando-se ainda que as matérias de competência exclusiva de cada Casa
Legislativa (artigos 51 e 52 da CF) serão reguladas por resoluções.
Questão Objetiva
Assinale a alternativa correta e
JUSTIFIQUE sua resposta.
As medidas provisórias podem ser
elaboradas pelo:
a) Congresso
Nacional.
b) Câmara dos
Deputados.
c) Senado Federal.
d) Presidente da
República. E) Cidadão.
Resposta: Letra “d”. A iniciativa é de
competência exclusiva do Presidente da República. Dêem atenção ao estudo da MP.
Validade das Normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). O
início da vigência da lei. A vacância da lei: conceito e cômputo. O princípio
da obrigatoriedade das leis. Término da vigência das leis: revogação
(ab-rogação e derrogação). Revogação expressa e tácita. A questão da
repristinação.
Caso 1 – Validade das Normas.
Leia a matéria a seguir e responda,
JUSTIFICADAMENTE, ao que se pede:
A revista Veja, na edição de 14 de
junho de 2006, publicou uma notícia cujo teor é: “É lei, mas ninguém cumpre.
Uma lei de 1997 determina que os documentos de identificação (RG, CPF, carteira
de trabalho, entre outros) sejam substituídos por um registro único até 2007.
Como o governo não criou o registro, a lei é mais uma daquelas que não pegaram.
Outras leis que não pegaram:
- Viagem facilitada:
empresas de ônibus interestaduais deveriam dar assentos gratuitos para dois
idosos em cada veículo e oferecer desconto de 50% para os outros passageiros
com mais de 60 anos. A lei existe desde 2003.
- Estádio organizado:
pelo estatuto do torcedor, aprovado em 2003, os estádios de futebol deveriam
oferecer assentos numerados, banheiros limpos e estacionamento.
- África no currículo:
em 2003, a cadeira de história e cultura afro-brasileira tornou-se obrigatória
no ensino fundamental e médio. Quase nenhuma escola oferece a matéria.
A partir do acima
descrito, identifique se as normas citadas na reportagem são vigentes e válidas,
tanto sob o aspecto formal quanto social.
R:
As normas jurídicas para serem vigentes precisam ser publicadas no Diário
Oficial e cumprir o prazo da vacatio legis, caso haja. Neste
quesito, todas as normas citadas na reportagem são vigentes. Sob o ponto de
vista da validade formal, as normas citadas também são válidas, uma vez que o
processo legislativo foi obedecido, e duas delas estão previstas em normas de
grande relevância, quais sejam: o Estatuto do Idoso e o Estatuto do Torcedor.
Todavia, não se pode dizer que são socialmente válidas, uma vez que não são
capazes de produzir efeitos práticos perceptíveis na sociedade. Assim, as
normas citadas na reportagem carecem de validade social, que nos dizeres de
Tércio Sampaio Ferraz Jr., “a eficácia é uma qualidade da norma que se refere à
sua adequação em vista da produção concreta de efeitos. A norma será eficaz se
tiver condições fáticas de atuar, por ser adequada à realidade (eficácia
semântica) e condições técnicas de atuação (eficácia sintática), por estarem
presentes os elementos normativos para adequá-la à produção de efeitos
concretos”.
Caso 2 – Revogação Expressa e Tácita. Ab-rogação e Derrogação.
Analise a seguinte decisão judicial e a
seguir responda, JUSTIFICADAMENTE, ao que se pede.
União Estável. Direito. Herança. Lei
n°8.971/94. Lei n° 9278/96. O art. 2°, III da Lei n°8.971/94 não foi revogado
pela Lei n° 9278/96. É certo que os dois diplomas regulavam a união estável, porém a nova
regra não abrangeu a totalidade das matérias tratadas na lei anterior.
Destarte, o direito da companheira supérstite ao total da herança, quando
inexistir ascendente ou descendente do de cujus, restou incólume
visto que a nova lei tocou somente o direito real de habitação quanto ao imóvel
destinado à residência familiar. Resta, então, que não há incompatibilidade,
mas sim integração. Note-se, por fim, que a hipótese é anterior ao novo Código
Civil. (REsp. n°747.619-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/06/05).
A partir da decisão acima, esclareça se
ocorreu ab-rogação ou derrogação entre as normas e se foram expressas ou
tácitas.
Trata-se de uma fonte jurisprudencial.
R:
No caso a Lei n° 9278/96 derrogou – revogou parcialmente a Lei n° 8971/94, uma
vez que somente parte dos temas tratados por esta foram regulados de modo
diverso por aquela. Além disso, ocorreu revogação tácita, já que a Lei n°
9278/96 determina a revogação das disposições em contrário. Assim, todas as
normas que cuidam de assuntos diversos dos tratados por esta deverão ser
mantidas. Percebe-se, então, que ambas cuidam do mesmo tema genérico: união
estável, pois tratam de assuntos diversos no que tange aos temas específicos.
Pode se tocar no prazo de cinco anos, que foi revogado.
Questão Objetiva
Analise as afirmativas abaixo:
I – a lei perde a eficácia desde que comprovado o seu desuso por um
período de tempo superior a dez anos;
xII – denomina-se repristinação o fenômeno pelo qual a lei revogada é
restaurada quando a lei que revogou perdeu a vigência;
III – a lei ordinária só pode ser revogada, de modo parcial (derrogada)
ou total (ab-rogada), por outra lei de natureza e hierarquia superiores;
xIV – quando um preceito de uma lei contraria uma nova ordem
constitucional falta-lhe fundamento de existência e validade e, por isso,
diz-se que ele não foi recepcionado;
FV – na aplicação da lei sempre será possível a utilização da equidade.
Somente estão corretas as afirmativas:
xa) II e IV;
b) III e IV;
c) I e III;
d) I e V;
e) II e V;
R:
Letra “a”. O item “I” está incorreto, pois a lei somente é revogada por outra
lei. O item “III” está errado pois a lei pode ser revogada também por lei de
igual hierarquia. O item “V” está errado porque na aplicação da lei o juiz
deverá levar em consideração os fins sociais a que ela se destina e o bem
comum.
Conflitos de leis no tempo. Direito intertemporal. A questão da
retroatividade e da irretroativadade das leis. O Direito Adquirido, o Ato
Jurídico Perfeito e a Coisa Julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código
Civil, da Constituição da República e do Código Civil de 2002 (art. 2035).
Caso 1– A questão da retroatividade e da irretroatividade das leis.
Marcos foi condenado, em 31 de janeiro
de 2005, a cumprir pena de seis meses de detenção pela prática do crime de
adultério. Seus familiares, entretanto procuram você, advogado, no dia 29 de
março de 2005, questionando-lhe acerca da possibilidade de Marcos ser
libertado, face à publicação da Lei n°11.106, de 28 de março de 2005, que
entrou em vigor na data da sua publicação.
Pergunta-se:
a) É possível que Marcos seja colocado
em liberdade? Por quê?
R: Não. Já existe sentença transitada em julgado, que põem fim à lide judicial.
b) As normas jurídicas sempre
retroagem? Explique.
R: Não. Em nosso sistema jurídico não é permitida a retroatividade das leis como regra absoluta, somente excepcionalmente, nos casos previstos em lei, e, desde que, sejam respeitados os princípios constitucionais do ato jurídico perfeito, da coisa julgada e do direito adquirido, em razão da segurança nas relações jurídicas.
c) Quais os limites para que a norma
jurídica tenha efeitos retroativos? Explique-os.
R: Os
limites são aqueles estabelecidos no art. 6º da LICC e no art.
5º , XXXVI, da CF. Nesses termos, a lei, nas hipóteses de
retroatividade, devem respeitar tanto a decisões judicial definitivas, quanto
os atos jurídicos celebrados perfeitos e acabados e os direitos que já fora
incorporados definitivamente ao patrimônio da pessoa.
Caso 2 – Limites à retroatividade das normas jurídicas – Ato Jurídico
Perfeito.
Alfredo celebrou em 1984 contrato de assistência médico-hospitalar para
si e sua família. Em 1987 foi acometido por uma doença cardiovascular que o
levou à colocação em seu corpo de um marca-passo, cujo custo foi pago pelo
próprio Alfredo, uma vez que em seu contrato de assistência médico-hospitalar
não havia previsão de tal cobertura.
Em 1995, Alfredo ingressa com ação judicial pretendendo a restituição
dos valores gastos com os exames e o marca-passo não cobertos por seu plano de
assistência, mais danos morais, em razão da recusa ao fornecimento do material,
que ele reputa injusta.
Em sede de contestação a assistência médico-hospitalar alega que o
contrato é anterior à Constituição da República de 1988 e ao Código de Proteção
e Defesa do Consumidor, que prevêem, respectivamente, a proteção à dignidade
humana e a proteção ao consumidor. (Apelação Cível – 2006.001.58180 – TJ/RJ).
Você é o juiz que decidirá a questão, dê a sentença amparada na questão
dos limites à retroatividade das normas jurídicas.
R: A
sentença deverá negar o pedido de Alfredo, posto que, o contrato fora celebrado
sob a égide da legislação que vigorava à época de sua celebração. Portanto, não
será possível a retroatividade da CF e do CDC, pois deverá ser respeitado o ato
jurídico perfeito como garantia do princípio da segurança nas relações
jurídicas, pois a manutenção da segurança se constitui numa das finalidades do
Direito.
Questões Objetivas
1) Assinale a alternativa correta e
JUSTIFIQUE sua resposta. (Exame OAB/São Paulo 1ªFase – Exame 124º).
Antônio tem 31 anos de serviço público.
Suponha que exista uma lei à época, que concede direito à aposentadoria aos 30
anos de serviço. Suponha, ainda, que se edite lei nova que só admite
aposentadoria aos 35 anos de serviço público. Nesse caso, Antônio:
a) tem direito de aposentar-se, mas
fica impedido ante a nova lei;
b) tem direito de aposentar-se e pode
exercer esse direito sob a vigência da lei nova, com fundamento na lei antiga;
c) não tem direito de aposentar-se, porque não exerceu esse direito sob
a vigência da lei antiga;
d) não tem direito de aposentar-se
porque não completou 35 anos de serviço;
e) tem direito de aposentar-se
proporcionalmente.
R: A resposta correta é a letra “b”, porque Antônio adquiriu o direito na vigência da lei anterior, independentemente
de não tê-lo exercido. Portanto, a lei nova não o alcança, a teor do que
determinam os artigos 6o, da LICC e 5o, XXXVI, CF.
2) Assinale a alternativa correta e JUSTIFIQUE sua resposta. (Concurso
para Procuradoria do Município de São Paulo – 2002).
a) derrogação é a revogação total da lei;
b) revogação é espécie de ab-rogação;
c) antinomia é um
conflito de normas;
d) a revogação é expressa e a derrogação é tácita;
e) ab-rogação é uma revogação parcial.
R: A resposta correta é a letra “c”. Posto que a antinomia pode ser
conceituada como um conflito aparente de normas jurídicas.
Caso 1 - Fontes do
direito. Os costumes.
a. A prática de
naturismo pode ser entendida como costume jurídico?
Resposta:
O naturismo não pode ser entendido como costume, por não reunir os dois
elementos essenciais, quais sejam: objetivo – prática reiterada da conduta e
subjetivo – convicção da obrigatoriedade. Assim, o naturismo pode até ser
entendido como um costume social dependendo da moral social, mas não jurídico.
b. Em que
espécie de costume se enquadra o naturismo?
R:
Costume contra legem, uma vez que sua prática viola preceito do
artigo 233 do Código Penal. Sua admissibilidade dá-se em razão do
reconhecimento de pessoas com estilos de vida diferentes, que também precisam
ser tutelados, desde que tais comportamentos não violem a ordem pública, daí a
delimitação de um espaço para que tal prática seja realizada.
c. O artigo 233
do Código Penal foi revogado pelo costume? E pela decisão do STJ?
R:
Não. Os costumes contra legem não podem revogar lei. Uma lei
somente pode ser revogada por outra lei, conforme preceitua o artigo 2° da
LICC. Pela decisão do STJ também não, pois decisão judicial não revoga lei,
somente as declaratórias de inconstitucionalidade.
Caso 2: Costume como fonte formal do
Direito.
a) Qual a espécie de costume invocado pelo magistrado, no voto vencido
acima citado?
R: Para
fundamentar sua decisão, ou seja, o seu voto, o Desembargador afirmou que as
expressões utilizadas pelo jornalista fazem parte do costume e da prática usual
da crítica esportiva, portanto a espécie é um costume social peculiar ao futebol.
b) Quais os requisitos para que o costume possa ser fonte formal do
Direito? O costume invocado preenche tais requisitos? Justifique.
R: O costume
apresenta um elemento objetivo representado pela práxis social, isto é, pela
reiteração da conduta; e apresenta, ainda, um elemento subjetivo representado
pela necessidade e certeza da utilidade decorrentes da própria reiteração de
conduta social, residindo nela a sujeição do comportamento naquela direção. Os
requisitos para que o costume seja considerado fonte formal do direito, são os
acima mencionados. O costume invocado pelo Desembargador em seu voto, não preenche
os requisitos necessários.
c) Pode o costume revogar a lei?
R: Levando em
consideração o fato do nosso direito apresentar uma origem romano-germânica,
caracterizando o sistema legalista, temos que nosso o primado é da lei. Neste
sentido a LICC, no seu art. 2º, estabelece que uma lei só pode ser revogada por
outra.
1) Assinale a afirmativa correta e
EXPLIQUE os itens incorretos.
I- As normas técnicas são consideradas fontes de direito.
R: A afirmativa é falsa. As normas técnicas,
denominadas também de normas práticas ou de operação, constituem, na verdade,
em regras que indicam a maneira de agir para se alcançar um determinado fim.
Orientam, mediante instruções científicas, de forma a apontar o melhor caminho
ou meio idôneo para ação humana obter um certo efeito. Não possuem
obrigatoriedade, nem coercibilidade. Devem ser adotadas somente àqueles que
desejarem obter os fins almejados, de acordo com a consciência que possam ter
de sua necessidade e utilidade.
II- A mídia, como formadora de opinião, constitui fonte formal
secundária do direito, porquanto influi na interpretação da legislação e em seu
cumprimento.
R:
Falsa. As normas de direito são postas pelo legislador, pelos juízes, pelos
usos e costumes, podendo coincidir ou não os seus mandamentos com as convicções
que a mídia tem sobre o assunto. Pode-se criticar as leis, mas deve-se agir de
conformidade com elas, mesmo sem lhes dar adesão de nosso espírito. As
manifestações de opinião veiculadas na mídia carecerão sempre do poder de
expressar o dever ser de conduta na ordem social-jurídica. Isto significa que
elas valem objetivamente, independentemente, e a despeito da opinião e do
querer dos obrigados. Essa validade objetiva e transpessoal das normas
jurídicas, as quais se põem acima das pretensões dos sujeitos de uma relação,
superando-as na estrutura de um querer irredutível ao querer dos destinatários,
é o que se denomina heteronomia. Foi Kant o primeiro pensador a trazer à luz
essa norma diferenciadora, afirmando ser a moral autônoma e o direito
heterônomo. O direito é heterônomo, visto ser posto por terceiros aquilo que
juridicamente somos obrigados a cumprir. (Miguel Reale, Lições Preliminares do
Direito, p. 48/49).
III- O Tratado Internacional é fonte do direito.
R: A afirmativa é verdadeira. Porque há fontes do direito que estão acima do Estado, ou seja, fontes
supra-estatais do direito, independentes do consentimento do Estado, como por
exemplo, os costumes internacionais e fontes dependentes desse consentimento,
como os tratados e convenções internacionais. (Paulo Dourado de Gusmão, p.
133).
Mencionar
a Emenda Constitucional nº 45.
IV- As divergências jurisprudenciais comprometem o Direito.
R: A afirmativa é falsa. Como leciona Miguel Reale, ao contrário do que pode parecer à primeira
vista, as divergências que surgem entre as sentenças, relativas às mesmas
questões de fato e de direito, longe de revelarem a fragilidade da
jurisprudência, demonstram que o ato de julgar não se reduz a uma atitude
passiva, diante dos textos legais, mas implica notável margem de poder criador.
E este poder criador é que possibilita superar o descompasso existente entre a
norma legal e o fato social, dando dinâmica ao ordenamento jurídico, em prol da
justiça social.
2) Assinale a alternativa correta e JUSTIFIQUE sua resposta. A doutrina
é admitida como fonte do Direito por ser:
R: A afirmativa correta é a letra “d”. A doutrina é considerada como fonte formal secundária do direito,
resultante da produção interpretativa e crítica dos doutos. Através da doutrina
os operadores do direito em geral podem extrair das obras, das teses, lições
para a melhor compreensão, entendimento e aplicação do direito.
Caso 1 - Súmula Vinculante
a) O que
distingue a lei da súmula vinculante?
Sugestão de gabarito: Discorrendo sobre tal instituto, o
saudoso Mestre e Ministro aposentado do STF Alfredo Buzaid deixou
prelecionado in litteris:
“Uma
coisa é a lei; outra, a súmula. A lei emana do Poder Legislativo. A súmula é
uma apreciação do Poder Judiciário, que interpreta a lei em sua aplicação aos
casos concretos. Por isso, a súmula pressupõe sempre a existência da lei e a
diversidade de sua exegese. A lei tem caráter obrigatório; a súmula revela-lhe
o seu alcance, o sentido e o significado, quando ao seu respeito se manifestam
simultaneamente dois ou mais entendimentos. Ambas têm caráter geral. Mas o que
distingue a lei da súmula é que esta tem caráter jurisdicional e
interpretativo. É jurisdicional, porque emana do Poder Judiciário; é
interpretativo, porque revela o sentido da lei. A súmula não cria, não inova,
não elabora lei: cinge-se a aplicá-la, o que significa que é a própria voz do
legislador.
Se
não entender assim, se a interpretação refugir ao sentido real da lei, cabe ao
legislador dar-lhe interpretação autêntica.
A
súmula não comporta interpretação analógica” (in Anais do 17 Encontro dos Tribunais
de Alçada do Estado de Minas Gerais – BH, 31 de maio a 3 de junho de 1983).
(Revista Jurídica Consulex – Ano VI – nº 136 – 15 de setembro de 2002, p. 46).
CASO 2 -
FONTES MATERIAIS (SUBSTANCIAIS OU SENTIDO SOCIOLÓGICO) E FONTES FORMAIS
(COGNIÇÃO OU CONHECIMENTO)
Sugestão de gabarito:
a)
“As fontes materiais, ou fontes no sentido sociológico, são aquelas que
determinam a formação do direito objetivo, melhor dizendo, as causas que
determinam a formulação da norma jurídica, os seus motivos sociais, éticos ou
econômicos. Por exemplo, saber por que o legislador da Lei 9.278/96 estabeleceu
dever alimentar e sucessório entre companheiros, aqueles que vivem em união
estável, é procurar as fontes materiais dessa norma.”(Introdução ao Direito, J.
M. Leoni Lopes de Oliveira, pag. 165)
b)
“Fontes formais são os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as
normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.” (Introdução ao Estudo
do Direito, Paulo Nader, pag. 138)
c)
Tendo como base o caso concreto acima, podemos dizer que as fontes materiais
são os erros cometidos pelos médicos e hospitais, geradores de danos a
terceiros prejudicados. Já as fontes formais são os Códigos Civil e de Defesa
do Consumidor, que preveem que tanto os médicos quanto os hospitais devem
indenizar pelos danos materiais, morais e estéticos que venham a causar.
Aula 07
Caso
Concreto 1
Características
da norma jurídica
Carlota
Silveira, proprietária de imóvel alugado para Raimundo Honorato, já perdeu as
esperanças de receber os aluguéis em atraso ou reaver seu imóvel. Isto porque
Raimundo vive dando desculpas esfarrapadas, há mais de seis meses, para não
pagar o aluguel ou deixar o imóvel.
Sem
saber o que fazer, ela procura Dr. Elesbão, famoso advogado do local, que
a orienta a notificar Raimundo para pagar o que deve em determinado prazo, sob
pena de despejo, e mostra a Carlota o art. 65 da lei 8.245/91 (Lei do
Inquilinato) que assim dispõe:
Art. 65. Findo o prazo assinado
para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se
necessário com emprego de força, inclusive arrombamento.
Pergunta-se:
Qual a
principal característica da norma jurídica que se percebe no artigo acima
citado? Justifique.
R: A coercibilidade – De acordo
com o conceito, o elemento material é a força, uma vez que o destinatário da
regra não a cumpre espontaneamente e é imposta a sociedade.
Na lei
n. 8245, de 18 de outubro de 1991, que dispõe sobre as locações dos imóveis
urbanos e os procedimentos a elas pertinentes, é possível encontrar as demais
características das normas jurídicas? Fundamente.
R:
Sim;
Abstratividade: a lei não trata de um
contrato de aluguel em particular, mas impõe-se a qualquer um, são normas
aplicadas a qualquer um;
Generalidade: a Lei 8.245 impõe-se tanto
aos locadores quanto aos locatários em geral, todoas são iguais perante alei;
Imperatividade: a Lei 8.245 é obrigatória,
devendo ser obedecida, imposição de vontade;
Heteronomia: a Lei 8.245 foi elaborada
pelo legislador para ser aplicada a cada um dos contratantes numa relação de
locação, vale a vontade do Estado, no âmbito da legalidade, prevalesce sobre a
vontade individual;
Alteridade: a lei de locação implica
intersubjetividade, ou seja, relação entre duas ou mais pessoas, no caso
locador e locatário, a lei vai fazer eles interagirem mesmo não querendo;
Bilateralidade atributiva: Por
conta do previsto nesta lei, a relação jurídica entre locador e locatário deve
resultar na atribuição garantida de uma pretensão ou ação, sempre vinculada a
duas pessoas ou mais.
Caso
Concreto 2
Critério
da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas)
Em
tempos de eleições municipais marcadas pela ameaça da violência do crime
organizado e das milícias, um assunto tem sido bastante comentado na mídia
nacional: a intervenção federal nos Estados. Aliás, este assunto tem sido
frequentemente citado nestes últimos anos, uma vez que escândalos e falcatruas
vêm sendo constantemente desvendados, políticos perdendo seus mandatos e, pouco
a pouco, a credibilidade na classe política sendo colocada em xeque.
No
entanto, nossa Constituição Federal dispõe de dispositivos protetivos que podem
ser aplicados em casos extremos, como o art. 34, que assim dispõe:
Art. 34
- A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I.
Manter a integridade nacional;
II. Repelir invasão estrangeira ou
de uma unidade da Federação em outra;
III. Pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública;
IV. Garantir o livre exercício de
qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
(...)
A partir
da leitura do trecho acima, responda:
Ao impor
uma conduta a ser observada pela União em relação aos Estados e ao Distrito
Federal, levando em conta o critério da imperatividade, como se pode
classificar o art. 34 da CF/88? Fundamente.
R: normas
impositivas ou congente. Pois, na
essência do artigo e seus incisos está clara o caráter impositivo. A lei esta
manifestando uma ação taxativamente.
É
correto afirmar que, no que diz respeito ao critério da imperatividade, o caput do art. 37 da Constituição Federal de
1988 se equipara ao art. 34 acima citado?
R: Sim
é correto, uma vez que no artigo 37 deixa taxativamente explicita a imposição
que a administração pública direta
e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedeça aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
Aula 08
Caso
concreto 1
Hierarquia
e constitucionalidade das leis
Prof.ª
Edna Raquel Hogemann
O
candidato a vereador, José Afonsino, entra na Justiça com uma ação requerendo
indenização por danos morais pelo fato de um jornal local haver divulgado que
ele possui um imóvel avaliado em R$2 milhões, não declarado no Imposto de
Renda. Como fundamento constitucional, refere-se à violação de sua dignidade. O
advogado do jornal, em contrapartida, defende seu cliente com base no princípio
constitucional da liberdade de expressão.
Você,
como juiz que estudou sua graduação na Estácio de Sá, como resolveria esta
questão envolvendo normas constitucionais?
R: Ambas as situações, tratam-se de
normas constitucionais superiores, entretanto, deve se avaliar cada situação em
sua particularidade. No caso do canditato, a violação da sua dignidade está
previsto no art. 1°, inciso III e Art. 5°, inciso X da CFB. No caso do
jornalista, a liberdade de expressão está elencada no art. 220 § 1° e 2° da
CFB. Cabe neste caso a apuração fornecida pelo jornal.
O que
vem a ser o princípio da ponderação de valores?
R: É
usado para estabelecer
prioridades.
Questão
Objetiva
Leia as
afirmações abaixo:
I. Os
princípios orientam a interpretação de todo o ordenamento jurídico;
II. Os princípios também cumprem o
papel de suprir eventual lacuna do sistema (função supletiva ou integradora);
III. As normas se exprimem por meio
de regras ou princípios.
Agora,
escolha a opção CORRETA:
a) Todas as afirmativas
estão corretas;
b) Todas as afirmativas são
falsas;
c) Somente a afirmativa III está
correta;
d) Somente a afirmativa II é
falsa.
Aula 09
Caso
Concreto
Revogação
das leis
Carmen
Verônica leu na coluna Novidades do Direito, da Revista Jurídica de Natal/RN,
que a Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) foi elaborada, promulgada e
publicada com o objetivo de sanar problemas de repercussão social, como
foi o caso do seqüestro do publicitário Roberto Medina, no Rio de Janeiro, e o
assassinato da atriz Daniela Perez. A seguir, ocorreram as chacinas da
Candelária e de Vigário Geral, quando foi acrescentado o homicídio a esses
crimes chamados hediondos, através da Lei 8.930/ 94. Com esse nascimento
tumultuado, em 1998, quando aconteceu o problema das “pílulas de farinha”
(caso Microvlar), que agitou a opinião pública, a mesma lei foi novamente alterada
com a inclusão, no rol dos crimes hediondos, de “falsificação, corrupção,
adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais”.
Sobre o
assunto Comércio Exterior, Carmen leu a seguinte publicação: O Decreto nº
6.454, de 12 de maio de 2008, dá nova redação ao inciso III do art. 445 do
Decreto nº 4.543, de 26 de dezembro de 2002, que regulamenta a administração
das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das
operações de comércio exterior.
Após a
leitura do texto acima, responda:
· Estes acréscimos colocados na
Lei de crimes hediondos são uma forma de revogação? Quais as formas de
revogação existentes?
R:
Não, pois o que temos aqui é um caso de acréscimo na lei já existente.
A revogação pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação).
A ab-rogação é uma revogação total da lei e a derrogação é uma revogação
parcial da lei, podendo ser apresentadas de forma expressa ou tácita.
· Como ocorre a revogação de uma
lei? Costume revoga a lei? Justifique sua resposta.
R: A revogação é o fenômeno pelo
qual uma lei perde a sua vigência.
Através das adaptações da
ordem jurídica ela pode ser expressa ou tácita.
. Não,
através do costume pode ser criada uma lei e para esta lei ser revogada só
através de outra lei ou se esta tiver tempo de existência.
· O Decreto nº 6.454/2008 revogou
o Decreto 4.543/2002?
R: Sim,
pois foi parcial sendo assim uma derrogação.
Caso
Concreto
A
questão da retroatividade e da irretroatividade das leis.
A
Constituição Federal de 1988 dispõe que a irretroatividade da lei é regra no
nosso sistema jurídico, mas ao mesmo tempo admite uma exceção, pois, de acordo
com o artigo 5º, XL, da Constituição Federal, a lei penal não retroagirá, salvo
para benefício do réu.
Responda
as perguntas a seguir:
Dedé Bagana, elemento de alta
periculosidade na cidade de Macapá-AP, foi preso em flagrante por estar
cometendo ato tido como delituoso pela legislação em vigor; obteve sua
liberdade provisória sob o amparo de lei que, depois, vem a ser derrogada por
outra que impede a concessão desse benefício.
a) Poderá a nova lei prejudicar a
situação que tinha sido concedida a Dedé sob a lei anterior? Por quê?
R: Não
poderá lei nova prejudicara direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada, em lei antiga.
b) E
como ficaria a situação de Dedé Bagana se ele estivesse preso sob determinadas
condições impostas pela lei, e que uma lei nova considere que tais condições
não impedem a libertação provisória? Justifique.
R:
Neste caso ele seria beneficiado e sairia na liberdade provisória de acordo com
a nova lei, que retroagiria para conceder o benefício.
QUESTÃO
OBJETIVA 1
(OAB MG)
Quanto ao direito intertemporal, em matéria civil, é CORRETO afirmar:
a) salvo disposição contrária, a lei
começa a vigorar em todo o país 30 (trinta) dias depois de oficialmente
publicada;
b) se, antes de entrar a
lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada à correção, o
prazo de sua entrada em vigor começará a correr da data dessa sua nova
publicação;
c) mesmo perdendo a vigência a lei
revogadora, em nenhuma hipótese será restaurada a lei revogada por ela
anteriormente;
d) a lei nova, que estabeleça
disposições gerais ou especiais a par das já existentes, revoga a lei anterior.
Questão
Objetiva 2
A Lei
9.307, de 23 de setembro de 1996, que dispõe sobre arbitragem, em seu artigo
44, estabeleceu: “ficam revogados os artigos 1037 a 1048 da Lei 3071, de
1º de janeiro de 1916, Código Civil Brasileiro; os artigos 101 e 1072 a
1102 da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil”.
Neste
caso, é possível dizer então que ocorreu: (Justifique)
a) revogação tácita;
b) ab-rogação expressa;
c) derrogação expressa;
d) repristinação.
R: A correta é a letra C, porque derrogação
expressa é a perda parcial de vigência de uma lei.
Aula 10
Caso
Concreto 1
Hermenêutica
Jurídica e Interpretação do Direito numa abordagem Constitucional.
Prof.ª
Leila Beuttenmüller - Faculdade Integrada do Ceará – FIC.
Em 1991,
o escritor e editor de livros Siegfried Ellwanger, brasileiro, com cerca de
sessenta anos de idade, foi processado criminalmente pelo Ministério Público –
instituição titular das Ações Penais Públicas, de acordo com o art. 129, I, da
Constituição Federal – pelo seguinte crime previsto na chamada Lei de Racismo
(Lei nº 8081/90):
Art.20.
Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por
publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito de raça, cor,
religião, etnia ou procedência nacional. Pena: reclusão de 2 a 5 anos.
Isso
ocorreu porque Ellwanger, na condição de sócio diretor da Revisão Editora
Ltda., editou, distribuiu e vendeu diversas obras de autores estrangeiros e
nacionais, de forte caráter antissemita (contra os judeus), além de uma obra
própria, publicada sob o pseudônimo S.E. Castan, intitulada "Holocausto
Judeu ou Alemão- Nos bastidores da mentira do Século", de mesmo caráter.
Ellwanger
foi absolvido em primeira instância – pelo juiz de direito -, mas condenado em
segunda – pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul -, tendo sua
condenação mantida por decisão do Supremo Tribunal Federal (instância máxima e
última da organização judiciária brasileira).
Assim,
como o condenado não podia mais contestar a decisão da Corte Suprema (STF),
seus advogados de defesa trouxeram uma nova argumentação aos nossos tribunais,
com a finalidade de extinguir o direito de punir do Estado (punibilidade) em
face do mesmo, por meio de uma das mais famosas ações penais, o habeas-corpus.
Tal ação
foi impetrada no Superior Tribunal de Justiça e, depois, no Supremo Tribunal
Federal. Os novos argumentos trazidos foram o de que os judeus não são uma
raça, não podendo assim Ellwanger ser condenado por racismo, mas, no máximo,
por práticas discriminatórias.
A grande
artimanha desses advogados é a de que, com a mudança da condenação de Ellwanger
– de racismo para práticas discriminatórias – o crime por ele praticado já
estaria prescrito e, assim, extinto o direito de punir do Estado, pois aquele
crime (racismo) é imprescritível, de acordo com o art. 5º, XLII, da nossa
Constituição Federal, enquanto o crime de práticas discriminatórias, nesse caso
concreto, já havia prescrevido.
Essa
argumentação não foi aceita nem pelo STJ e nem pelo STF, sendo, ao final,
Ellwanger devidamente condenado.
O
interessante nessa história é que ,de acordo com a hermenêutica adotada para
extrair o sentido das palavras ”raça” e “racismo”, podemos chegar a duas
conclusões opostas, uma para beneficiar Ellwanger e outra – a adotada por
nossos tribunais – para prejudicá-lo.
Sendo
assim, responda as perguntas a seguir:
1.
Que método interpretativo utilizaram os advogados de defesa para
extrair o sentido da palavra “racismo” do art. 5º, XLII, da Constituição
Federal?
R: Os advogados argumentaram suas defesas
baseando-se no Princípio do Contraditório e Ampla defesa, conforme art. 5º, LV da
CRFB. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela pertinentes;
2.
Qual a interpretação utilizada por nossos tribunais para manter
condenado Ellwanger?
R: Os tribunais utilizaram o
argumento previsto no mesmo artigo para mantê-lo condenado argumentando o
Princípio do duplo grau de jurisdição.
Caso
Concreto 2
Solução
de antinomias
Prof.ª
Edna Raquel Hogemann
Nicanor
Soares foi preso em flagrante tentando atravessar a Ponte da Amizade, entre
Brasil e Paraguai, portando quase um quilo de cocaína. Desnorteado, Nicanor
procurou ajuda de seu ex-cunhado, que conhecia alguma coisa de leis, pois
estudara num curso de Direito, muito embora não tivesse ainda carteira de
advogado, pois não passara na prova da OAB. O ex-cunhado o tranquiliza,
explicando que, para esse crime, o Código Penal, no art. 334, prevê pena de no
máximo quatro anos. Mas Nicanor fica em dúvida, pois ouvira falar que seu crime
era grave e tinha uma lei especial, uma tal de Lei 6368/76, que previa até
quinze anos de cadeia, e ela é que seria aplicada pelo princípio da
especialidade. Seu ex-cunhado garante que nada tem mais força que o Código
Penal.
Observe
os dispositivos legais referidos no caso, e depois responda as perguntas:
Código
Penal:
Art. 334
- Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o
pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo
de mercadoria:
Pena -
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Lei
6368/76 – Tráfico de drogas:
Art. 12.
Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de
qualquer forma, a consumo substância entorpecente ou que determine dependência
física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar;
Pena -
Reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 360
(trezentos e sessenta) dias-multa.
1.
É possível afirmar que, no caso acima, encontramos um conflito de
normas? Por quê?
R: Não, porque na lei 6368/76
deixa claro a substância entorpecente, enquanto que no art. 334 do CP trata-se
de mercadoria proibida podendo ser qualquer outra coisa.
2.
Afinal, na aplicação do dispositivo legal correto ao caso, o
ex-cunhado de Nicanor está ou não com a razão?
R:Não, pois ele afirma que
Niconor será enquadrado no art. 334 do CP.
3.
Explique o princípio da especialidade:
R: É a norma especial que
prevalece sobre a norma geral.
Aula 11
Caso
Concreto 1
Relações
sociais comuns e relações jurídicas.
Leia a
notícia publicada em 20/03/2008, no jornal O GLOBO, e responda, JUSTIFICADAMENTE,
ao que se pede.
“ TRIBUNAL
DO SUL RECONHECE UNIÃO ESTÁVEL GAY À DISTÂNCIA. O Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul reconheceu como união estável um romance à distância vivido por
um jovem brasileiro e um advogado americano milionário, já aposentado. Apesar
de ser casado com uma mulher nos Estados Unidos, o americano manteve o
relacionamento homossexual por quatro anos, entre vindas ao Brasil e viagens ao
exterior. Com o fim do namoro, o brasileiro ganhou o direito de receber metade
de um robusto patrimônio adquirido no Brasil, durante o romance, pelo
americano.”
1.
A notícia veiculada na matéria jornalística acima trata de relação
homo afetiva. Esta é uma relação social comum ou jurídica?
R: Trata-se de uma relação
Jurídica.
2.
Pode um namoro vir a ser considerado como uma relação jurídica?
R: Depende do tempo e da
convivência do casal.
Caso
Concreto 2
Relação
Jurídica. Conceito.
Ao
realizar, em um paciente, senhor Benedito, uma cirurgia para a retirada de
vesícula, o médico, doutor Relapsoaldo, esqueceu um pedaço de gaze na região
abdominal. O lamentável evento causou no paciente grave processo inflamatório,
do qual, segundo a perícia técnica, resultou um ano de doloroso tratamento para
que todo o corpo estranho fosse retirado do organismo lesado. A cirurgia foi
realizada na Casa de Saúde Distração LTDA, pelo médico citado, que é preposto
desta (é funcionário nomeado para que represente a empresa em determinado
assunto).
Diante
da situação que envolve senhor Benedito e a Casa de Saúde, resolva o que se
pede:
1.
Identifique as espécies de relações jurídicas apresentadas;
R: Relação jurídica Real
2.
Identifique os sujeitos da relação jurídica;
R: O
sujeito ativo é o paciente e o sujeito passivo é o médico.
3.
Identifique o objeto da relação jurídica apresentada. Justifique a
resposta;
R:O objeto da relação é a
intervenção cirúrgica.
4.
Identifique o fato jurígeno da relação jurídica apresentada.
Justifique a resposta;
R: A
intervenção cirúrgica, diante da
intervenção cirúrgica, estabeleceu entre as partes uma relação jurídica de
prestação de serviço.
e) Identifique
o vínculo de atributividade da relação jurídica apresentada. Justifique a
resposta.
R: O vinculo é a reparação cirúrgica que
o médico e a casa de saúde têm para com a paciente. Tendo a Paciente o direito
subjetivo conferido e a instituição a obrigação de reparar os danos por ocasião
da negligência.
Caso
Concreto 3
Espécies
de relações jurídicas
ANTONIO
CURIÓ VERDE MADEIRA, desejando promover a defesa do meio-ambiente, faz doação
de uma casa que herdou de seus falecidos pais, AMADEU CANÁRIO e ROSA
ARARA VERDE MADEIRA, a uma associação sem fins lucrativos de nome BICHOS COM
AMOR, com a obrigação de que ali fosse instalado um viveiro para a
criação de espécies exóticas de aves, no prazo máximo de três anos.
Após
quatro anos, o doador verificou que a obrigação não foi cumprida e ele pretende
agora retomar e vender a casa. Observando as relações jurídicas acima
descritas, responda justificadamente:
1.
Quem são os sujeitos, o conteúdo e o vínculo das relações
jurídicas descritas?
R: O sujeito ativo é Antonio
no momento em que faz a doação passando a ser passivo quando tem o direito de
receber o acordado. A associação é o sujeito passivo ao receber a doação,
passando a ser sujeito ativo quando tem a obrigação de cumprir o acordado.
b)
Classifique cada relação jurídica quanto à espécie.
R: Relação jurídica complexa.
Apenas uma das partes tem obrigações e outros direitos.
Caso
Concreto 4
Espécies
de relações jurídicas
A Casa
de Saúde Santo Onofre é uma sociedade civil que se dedica à prestação de
serviços médico-hospitalares. Há cerca de um mês, recebeu intimação do 1º
Ofício de Protestos de Ourinhos, sobre o protesto de uma duplicata, relativo à
suposta dívida com a Lavanderia Brancura Total. Entretanto, jamais realizou
qualquer negócio com esta Lavanderia. A Casa de Saúde Santo Onofre nega existir
causa lícita para a emissão dessa duplicata e somente pode reputar que se trata
de meio indevido de cobrança de valores ilegítimos e inexigíveis. Assim, propõe
na Justiça uma ação de declaração de inexistência de relação jurídica em face
da Lavanderia.
Considerando
o conceito e as espécies de relação jurídica possíveis, responda:
1.
No caso acima narrado, existe alguma relação jurídica material
entre a Casa de Saúde e a Lavanderia? Por quê?
R:Sim, porque uma vez que a
lavanderia impetrou uma ação contra a Casa de Saúde, ela passa a ser sujeito
ativo de uma relação agora jurídica e a Casa de Saúde passa a ser o sujeito
passivo, pois tem uma obrigação de retirar as restrições contra a lavanderia,
bem como responder e cumprir a sanção imposta a ela.
b) No
caso narrado é possível vislumbrar a existência de uma de relação jurídica de
ordem pública. Qual? Como se caracteriza?
R:
Sim, Relação Jurídica obrigacional. Sabendo-se quem são os sujeitos da relação.
Aula 12
Caso
Concreto 1
Direito
subjetivo, direito potestativo, poder jurídico e faculdade jurídica.
Doutor
MARIO CLÁUDIO, advogado, recebeu, em seu escritório, o senhor ALBERTO LOUZADA
que, em lágrimas, contou-lhe todo o problema pelo qual vinha passando; casado
há mais de 25 (vinte e cinco) anos com FLORIBELA LOUZADA, algum dia atrás
recebeu carta anônima informando-o da traição de sua amada esposa com um
estivador de nome SERGIO LUIZ, vulgo SERJÃO, que trabalhava no cais do porto de
Vitória, cidade em que residia. Tomado de cólera, após discussão com sua esposa
e de ter a certeza de toda a verdade, quase cometeu uma loucura, matando-a. A
tempo percebeu a besteira que iria fazer com seu ato insano. Resolveu, então,
procurar o advogado, a fim de que fossem tomadas todas as providências
assecuratórias e necessárias para a devida separação judicial litigiosa. Ficou
acordado que os serviços advocatícios prestados pelo doutor MARIO CLÁUDIO
custariam R$ 3.000,00 (três mil reais). O processo judicial foi iniciado então.
Ocorre que, no decorrer do processo, o senhor ALBERTO LOUZADA ficou
insatisfeito com os serviços prestados e resolveu revogar o mandato, pelo qual
havia conferido poderes ao advogado.
Tendo em
vista o caso narrado, responda:
a) A revogação do mandato,
praticada pelo senhor ALBERTO LOUZADA, é hipótese de direito subjetivo ou de
direito potestativo? Por quê?
R:
Direito Potestativo, pois o Sr Louzada ficou insatisfeito com os serviços
prestados e tem o direito de procurar outro advogado ou desistir da separação
judicial litigiosa e não cabe contestações, pois é uma prerrogativa
jurídica de impor a outrem, unilateralmente, a sujeição ao seu exercício, atua
na esfera jurídica de outrem, sem que este tenha algum dever a cumprir.
b) Qual a diferença entre o
direito subjetivo e o direito potestativo?
R:Direito
Subjetivo é a vantagem conferida ao sujeito
de relação
jurídica, em decorrência da incidência da norma
jurídica ao fato
jurídico gerador por ela considerado suporte fático.
Direito
Potestativo é um direito subjetivo que não
cabem contestações, Não implica, por outro lado, num
determinado comportamento de outrem, nem é suscetível de violação, o direito
potestativo não se confunde com o direito subjetivo, porque a este se contrapõe
um dever, o que não ocorre com aquele, espécie de poder jurídico a que não
corresponde um dever, mas uma sujeição, entendendo-se como tal a necessidade de
suportar os efeitos do exercício do direito potestativo atua esfera jurídica de
outrem, sem que este tenha algum dever a cumprir.
Caso
Concreto 2
Direito
subjetivo, direito potestativo, poder jurídico e faculdade jurídica.
Dona
ALMERINDA DE SANTA CLARA não teve filhos e está viúva há treze anos, desde
então administra pessoalmente seu conglomerado de empresas ligadas ao ramo da
construção civil, avaliadas em torno de alguns milhões de reais, localizadas em
Macapá, no Amapá.
Dona
ALMERINDA conta com a ajuda de CARLOS ROBERTO, seu sobrinho mais novo, em uma
das fábricas.
Além de
CARLOS, os únicos parentes vivos que Dona ALMERINDA possui são Marcos e
Ricardo, irmãos mais velhos de Carlos, e seus inimigos mortais.
Como
Dona ALMERINDA não possui um testamento escrito, MARCOS e RICARDO resolvem
exigir que o testamento seja feito o quanto antes e que Dona ALMERINDA deixe a
fábrica em que CARLOS trabalha para ele e que os demais bens sejam divididos
entre os dois. Como Dona ALMERINDA se recusa, afirmando que tem a faculdade
jurídica de fazer ou não qualquer testamento, seus dois sobrinhos
contra-argumentam, afirmando que, como ela não tem filhos, é obrigada a fazer o
testamento sim, em razão de um dever jurídico.
A partir
do caso acima narrado, responda:
1.
Afinal, Dona ALMERINDA tem faculdade jurídica ou dever jurídico em
relação a seu testamento?
R: Faculdade Jurídica, pois
Dona Almerinda tem discernimento para fazer o que ela quiser;
2.
Se os sobrinhos, MARCOS e RICARDO, obrigassem Dona ALMERINDA,
através de meios coercitivos, a fazer um testamento, estariam violando sua
faculdade jurídica de testar?
R: Sim, a faculdade jurídica
é o poder que
o sujeito possui de obter, por ato próprio, um resultado jurídico independentemente
de outrem.
3.
Existe distinção entre faculdade jurídica e direito potestativo?
Por quê?
R: Não, Faculdade jurídica é um direito
subjetivo que parte de uma pessoa e o Direito potestativo é declaração
unilateral da vontade.
Caso
Concreto 3
Dever
jurídico, sujeição, obrigação e ônus.
CLEVSON
é filho único de Dona GERTRUDES, viúva aposentada do Tribunal de Contas do
Estado do Ceará, e sempre temeu não ser bem entendido pela mãe quando
resolvesse sair de casa para morar só.
Finalmente
este dia chegou. Depois de assinar o contrato de locação, receber o regulamento
do condomínio e fazer a mudança para instalar-se num apartamento conjugado no
Edifício Condados do Tajmahal, em Fortaleza/CE, CLEVSON DE SANTA CRUZ resolveu
tirar o fim de semana para ler com calma toda a papelada que recebera e
assinara.
CLEVSON
ficou meio assustado com o que viu: como locatário, não poderia violar o
direito de posse/propriedade alheio, teria que pagar o aluguel estabelecido
mensalmente, conservar e restituir o imóvel; como condômino, tinha que
submeter-se às regras do condomínio e se, por acaso, deixasse de pagar o
aluguel e fosse acionado na justiça, teria que, como réu, contestar a ação.
1.
Aponte a natureza jurídica de cada uma das tarefas assumidas por
CLEVSON.
R: No caso da posse
propriedade alheio, a natureza jurídica é a ocupação por ele feita com suas
respectivas responsabilidades; Quanto ao pagamento do aluguel, sua natureza
jurídica é de fiel depositário; na conservação do imóvel, a natureza jurídica é
a de danos materiais, Quanto ao condomínio, a natureza jurídica é de direitos e
deveres impostos.
2.
Por que essas tarefas possuem natureza jurídica distinta?
Justifique-as.
R: Porque para cada tarefa
existe uma obrigação e a natureza jurídica é como se fosse um efeito
diferenciado para cada caso.
Caso
Concreto 4
Dever
jurídico é a necessidade imposta pelo direito (objetivo) a uma pessoa de
observar determinado comportamento. É uma ordem, um comando, uma injunção
dirigida à inteligência e à vontade dos indivíduos, que só no domínio dos fatos
podem cumprir ou deixar de fazer. O dever jurídico corresponde aos direitos
subjetivos, não se confunde com o lado passivo das obrigações. Ao dever
jurídico podem contrapor-se, no lado ativo da relação, não só os direitos
públicos, mas ainda, no âmbito restrito do direito privado, tanto os direitos
de crédito como os direitos reais, os direitos de personalidade, os direitos
conjugais e dos direitos de pais e filhos. Forneça um exemplo de cada.
R:Direitos
de credito: decorrentes de precatório judicial
Direitos
reais: Se você é proprietário,
será pela vida inteira, até que venda;
Direitos
de personalidade: Pessoa humana;
Direitos
conjugais: Regime de bens;
Direitos
de pais e filhos: Guarda e Pensão.
Aula 13
Caso
Concreto 1
Classificação
dos direitos subjetivos.
Seu
LEONELIO LIMA CASTRO JR. e sua mulher, Dona SINHÁ, domiciliados no Distrito
rural de Chapéu D’Uvas, em Juiz de Fora/MG, adquiriram, há dez anos, um terreno
com 40.000 m², com uma casa construída, no bairro de Benfica, na mesma cidade,
pertencente ao coronel JOSÉ CARÍSSIMO, primo distante de Delmiro Gouveia, que
lá vivera por mais de 30 anos, e adquirira a titularidade do imóvel por
usucapião.
O
referido imóvel foi alugado para JOAQUIM ONORINO e sua irmã Tereza, pelo valor
mensal de R$11.000,00 (onze mil reais), mas encontra-se vazio há seis
meses. Há cerca de quinze dias, um vizinho do imóvel telefonou para
LEONELIO, noticiando que o terreno fora parcialmente invadido por JOSÉ CARVALHO
SÓLON, que ali construiu um campo de futebol, um vestiário e um pequeno bar,
ocupando aproximadamente 3.000 m². Convencido de que o imóvel pertence à
Prefeitura, SÓLON se recusa a desocupá-lo.
Em vista
das informações apresentadas, responda o que se pede.
1.
Aponte e identifique as formas de aquisição da propriedade
encontradas no caso acima;
R: Usucapião
b) Se o terreno fosse mesmo de
propriedade da Prefeitura de Juiz de Fora, poderia Sólon usucapir ao final de
15 anos? Justifique fundamentando na Constituição Federal sua resposta.
R: Não, pois a
usucapião só é permitida àqueles que
ocupam áreas particulares e abandonadas e sendo o imóvel da prefeitura é de
propriedade municipal.
Caso
Concreto 2
Direitos
subjetivos transmissíveis e intransmissíveis.
LÚCIA
participa de um concurso de fotografia patrocinado pelo BANCO SQUARE BANK
ASSOCIATED. É premiada com a terceira colocação e receberá dois mil reais. Após
a assinatura de cessão de seus direitos sobre a fotografia, através de
contrato, o banco torna-se o proprietário dos direitos à fotografia, oponível
inclusive à LÚCIA.
1.
É correto afirmarmos que, tanto o BANCO, quanto LÚCIA, conforme as
relações jurídicas evidenciadas possuem direito absolutas, como titulares do
direito subjetivo à fotografia premiada?
R: Sim
b) Podemos também classificar esse
mesmo direito como direito subjetivo relativo, a partir de outra relação
jurídica configurada no caso apresentado?
R: Sim, o direito
relativo contempla as pessoas que participam da relação jurídica.
Caso
Concreto 3
Distinção
entre expectativa de direito e direito adquirido. A tutela constitucional do
direito adquirido.
Para
existir o direito adquirido, deve haver um fato aquisitivo e um direito em
sentido objetivo, devendo ter tal fato aquisitivo todos os elementos exigidos
pela lei antiga, pois, senão, deixa de haver direito adquirido para
caracterizar-se a existência de simples expectativa, isto é, esperança de
aquisição do direito.
A
legislação em vigor prevê que o direito à aposentadoria voluntária do servidor
público se dá após 35 anos de contribuição e 60 anos de idade. O Sr. Hilário
ingressou no serviço público no dia 17 de novembro de 1972 e nasceu no dia 01
de abril de 1947.
Com base
na situação descrita, considerando a data atual, desenvolva:
1.
O Sr. Hilário tem direito adquirido à aposentadoria? Justifique;
R: Sim, pois já tem 39 anos
de serviços públicos prestados e já está com 64 anos.
b)Diferencie direito adquirido
de expectativa de direito.
R: Direito
adquirido é quando a pessoa já tem o direito de fato, quero dizer é quando já
pode usufruir do direito adquirido.
Expectativa de direito é
quando se espera concluir algum fato para que possa ter o direito.
Caso
Concreto 4
Expectativa
de direito, direito adquirido e abuso de direito
Clóvis Beviláqua dizia que
"no exercício do nosso direito, desde que não transponhamos o círculo de
ação que ele nos traça, devemos ser garantidos pela ordem jurídica. Há,
entretanto, limitações, que essa mesma ordem impõe ao exercício do nosso
direito, como sejam, por exemplo, as que são estabelecidas para o direito de
propriedade imóvel em atenção às necessidades públicas, ou ao interesse dos
vizinhos".
Assim,
supondo que depois de anos aguardando a morte do “velho”, JOÃO GILBERTO NONATO
NETO herda de seu único tio, VINÍCIUS DE MORAES NONATO, um imóvel na rua
Nascimento Silva, n°107, casa 1. Dona ELIZETE TELLES CARDOSO mora no mesmo
endereço, casa 2, fundos, sendo certo que dona ELIZETE se utiliza de um
corredor que passa no terreno de João como único acesso possível a rua, e ele
resolve fechar esse corredor. Eis, assim, que teremos, então, segundo o mestre
Clóvis, no trecho acima citado, um tipo especial de conflito decorrente do
exercício de direitos.
Dona
ELIZETE entra com uma ação na justiça em face de JOÃO para que possa voltar a
utilizar-se daquela servidão de passagem e logra êxito, tendo a sentença
transitado em julgado.
Com base
nas informações acima responda:
1.
No trecho citado, ocorreu um tipo especial de conflito decorrente
do exercício de direitos. Qual? Por quê?
R: Dona Elizete tem o direito
potestativo, tendo João que se sujeitar sobre esse direito.
2.
Se JOÃO é o titular do direito de propriedade de seu imóvel,
porque teve que permitir que dona ELIZETE também o usasse? Existe alguma
previsão legal específica neste sentido?
R: Dona Elizete tem o direito, de
passagem e usando a servidão, uma previsão legal e especifica de direito
potestativo, não importando se o Sr João vai permitir ou não.
Questão
Objetiva
Prof.ª
Silvia
Escolha
a alternativa CORRETA, JUSTIFIQUE E FUNDAMENTE
Reinaldo
e Ana casaram-se em 1976. A bela casa onde vivia o casal fora herança, deixada
pelos pais de Reinaldo. Até esta época, o regime legal de bens no
casamento, no Brasil, era o da comunhão universal. Após 1977, com a Lei do
Divórcio, o regime legal passou a ser o da comunhão parcial de bens. Em 2002,
Reinaldo separou-se de Ana. Na partilha, fundamentado na lei em vigor, o
advogado de Reinaldo não incluiu a casa herdada de seus pais. Por sua vez, o
advogado de Ana incluiu a casa herdada por Reinaldo alegando:
a) Expectativa de direito e
princípio da irretroatividade da lei;
b) Direito adquirido e
princípio da retroatividade da lei;
c) Ato jurídico perfeito e
princípio da retroatividade da lei;
d) Direito adquirido e princípio
da irretroatividade da lei.
Foto: Saíra-beija-flor
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