Foto: Museu de Arte Contemporânea- Niterói
APLICAÇÃO
PRÁTICA-TEÓRICA
Caso 1
Leia o que afirmava o
Preâmbulo do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968:
!Considerando que a
Revolução brasileira de 31 de março de 1964 teve, conforme decorre dos Atos com
os quais se institucionalizou fundamentos e propósitos que visavam a dar ao
país um regime que, atendendo às exigências de um sistema jurídico e político,
assegurasse autêntica ordem democrática, baseada na liberdade, no respeito à
dignidade da pessoa humana....
Agora, veja o que foi
noticiado recentemente, na UOL, pelo endereço http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u631346.shtml
30/09/2009-14h29
Grupo pede à
Procuradoria investigação sobre morte de desaparecido político – da Folha
Online
Cerca de 40 pessoas do
grupo “ Tortura Nunca Mais” e de outras entidades entregaram nesta terça-feira
à Procuradoria da República em São Paulo duas representações para investigar a
morte de Virgílio Gomes da Silva, que teria
sido torturado e morto durante a ditadura militar.
Silva teria sido
seqüestrado na rua Duque de Caxias, em São Paulo, por militares e levado à Oban
( Operação Bandeirantes), em setembro de 1969. Depois, segundo foi relatado aos
procuradores, as histórias sobre o paradeiro da vítima são contraditórias.
De acordo com o DOI-Codi, ele teria fugido
da prisão e, por isso, teria sido morto. Segundo laudo do IML ( Instituto
Médico Legal), no entanto, Silva teria sido enterrado como indigente.
“Queremos que a União seja declarada
responsável pela morte de Silva e que entregue restos mortais à família e diga
onde está o corpo”, disse Lúcio França, advogado do “Tortura Nunca Mais”.
Silva atuava na ALN ( Aliança Libertadora
Nacional), tendo participado do seqüestro do embaixador dos EUA Charles
Elbrick.
“É um esforço importante. Precisamos mudar
a mentalidade jurídica, para responsabilizar quem praticou a tortura”, afirmou
Marcos José Gomes Corrêa, coordenador da área criminal no Ministério Público.
Agora, responda as questões abaixo:
a)
Explique a razão pela qual o AI-5 foi
produzido pelo regime militar:
R: O AI-5 ( Ato Institucional número 5) foi o
quinto decreto emitido pelo governo militar brasileiro -1964-1985). A razão foi
represália ao discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que pediu ao povo
brasileiro que boicotasse as festividades de 7 de setembro de 1968, protestando
assim contra a ditadura no país.
b)
O desaparecimento de pessoas com
utilização da tortura se coaduna com o texto apresentado no preâmbulo do AI-5,
acima reproduzido? Por quê?
R: Sim, porque, ideologicamente, para os militares era uma
questão de segurança nacional.
c)
Segundo a reportagem acima, é
entendimento corrente que o Estado não pode ser responsabilizado pelos atos de
tortura cometidos por seus agentes? Por quê? Você concorda com essa visão?
R: Exato, porque com base na CF/67 e do AI-5 poderia ser
suprimido os direitos políticos de quaisquer cidadãos por 10 anos, além de que,
os que eram presos e torturados, “apareciam mortos ou suicidados”. Não, eu não concordo, porque os ditos agentes eram funcionários
públicos, e portanto, representavam o Estado em suas funções.
Questão
Objetiva
A
liberdade de expressão é um valor de qualquer sociedade democrata. Leia a
reportagem abaixo, divulgada em http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2009/05/08/ult4469u40995.jhtm
e, após, responda as questões objetivas formuladas.
Brasil
não assegura livre expressão, avalia OEA 08/05/2009-9h50.
São
Paulo- Relatório da divisão especial para Liberdade de Expressão da Organização
dos Estados Americanos (OEA), apresentado ontem em Washington, nos Estados
Unidos, faz críticas ao ordenamento jurídico brasileiro. Redigido anualmente, o
documento adverte que, apesar da derrocada da Lei de Imprensa, o Brasil não
oferece segurança suficiente para que cidadãos informe-se sobre assuntos de
interesse público sem medo de serem presos, perderem seus patrimônios ou
sofrerem agressões.
Compilado pela juíza colombiana Catalina
Botero Marino, o documento tem como base denúncias apresentadas por entidades
brasileiras e internacionais que monitoram o direito à informação, como
Repórteres Sem Fronteiras, Artigo 19 e Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo (Abraji). Ao todo, dez páginas descrevem casos de agressão,
assassinato, prisão e perseguição judicial a jornalistas e cidadãos brasileiros
que publicaram reportagens ou expressaram suas opiniões em público.
A OEA demonstrou preocupação com
atentados realizados contra sedes de jornais e equipes de reportagem,
interpretou também que a proibição da Marcha da Maconha vai contra a Convenção
Americana. Segundo o texto, manifestações pacíficas são legais, desde que não
façam “propaganda a favor da guerra” ou “
apologia de ódio nacional, racial ou religioso”. A relatoria posicionou-se
ainda contra a obrigação do diploma de jornalista para exercer a profissão,
assunto que permanece na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF). As
informações ao do jornal O Estado de S. Paulo.
Sobre
a liberdade de expressão durante o período em que vigorou o AI-5, podemos
afirma que:
(a
) Foi devidamente respeitada, com a defesa de amplo espaço para manifestação da
oposição contra o regime militar;
(b
) Foi praticamente suprimida, sendo a censura
utilizada contra a liberdade de imprensa e contra atividades
artístico-culturais;
(
c ) Houve alguma censura contra a liberdade de imprensa, mas foi concedida
ampla liberdade para expressão artístico-cultural;
(
d ) Apesar da censura utilizada contra a liberdade de imprensa e contra
atividades artístico-culturais, os direitos de opinião do cidadão foram
salvaguardados pelo regime militar.
R:
A resposta correta é a letra “b”.
No
que se refere ao texto acima, é possível afirmar que:
9
a ) O Brasil já restabeleceu a liberdade de expressão em sua integralidade, não
restando nenhuma marca do período autoritário;
(
b ) Ainda hoje, no Brasil, é possível observar influências do período
autoritário no que se refere à liberdade de expressão;
(
c ) O Brasil não apresentou progressos na defesa das liberdades, em especial a
liberdade de expressão, sendo que ainda se vive em um Estado de exceção;
(
d ) O relatório da OEA é falso, sendo que o país mantém sua tradição histórica
de grande liberdade de expressão.
R: A resposta correta é a letra “d”.
APLICAÇÃO PRÁTICA-TEÓRICA:
CASO
A
Constituição de 1988, a mais importante Lei do ordenamento jurídico do
nosso país, afirma, no inciso XLVII do art. 5º ( não se preocupe, pois logo
você irá se familiarizar com esta terminologia), que sendo o indivíduo
condenado por cometimento de crime, a pena a ser por este cumprida não poderá
ser; a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d: de banimento; e)
cruéis.
Porém, em
outros tempos, a situação era bem diferente. Um dos documentos de maior
significação de nossa história é a sentença condenatória de Tiradentes, datada
de 18 de abril de 1792 (caso seja do seu interesse conhecê-la, é possível
obtê-la, na íntegra, no endereço eletrônico http://www.soleis.adv.br/sentencatiradentes.htm
Leia o trecho selecionado, que se encontra abaixo e,
a seguir, responda às questões propostas.
... Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva
Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de
Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da
forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja
cortada a cabeça e levada a Villa Rica aonde em lugar mais público dela será
pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo será
dividido em quatro quartos, e pregados em postes pelo caminho de Minas no sítio
da Varginha e das Sebolas aonde o Réu teve as susa infames práticas e os mais
nos sítios (sic) de maiores povoações até que o tempo também os consuma;
declaram o Réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam
para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e
salgada, para que nunca mais no chão se edifique e não sendo própria será
avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados e no mesmo chão se levantará
um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável Réu;
(...) (Sentença de Tiradentes. Disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=612
Acessado em 10 de outubro de 2008).
Como podemos notar, a execução de Tiradentes teve um
sentido bem mais amplo que o de um enforcamento. Tratava-se de uma punição
exemplar. Sendo assim:
. Visite o site http://fejiano.com/2009/04/20/feriado-de-tiradentes-mas-que-foi-tiradentes/
e informe o que entendeu pela expressão castigo exemplar?
R: Por castigo exemplar entende-se o
maior rigor e a publicização da pena :
“morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e
levada a Villa Rica aonde em lugar mais pública della será pregada, em um poste
alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos,
e pregados em postes pelo caminho de Minas no sítio da Varginha e das Sebolas
aonde o Réu teve as suas infames práticas e os mais nos ´sitios...” Por ser Tiradentes considerado um dos principais
líderes da inconfidência mineira contra a coroa portuguesa, e por conta desse ato, a exemplificação ficasse aos demais inconfidentes para que temessem, por
força da coação da lei, o que aconteceria em caso do não cumprimento da norma
vigente. È importante contextualizarmos que nessa época colonial brasileira, a
força do ato normativo estava no ato da aplicação da pena (publicização
do 'castigo exemplar').
Para
que se entenda, com base na referência feita à Constituição de 1988, uma
sentença com este teor seria possível de ser editada no Brasil, nos dias de
hoje?
R: - Não poderia ser editada pelos
seguintes fatores:
- culturais (internos), pois a população não toleraria tal barbárie;
- pelos tratados de direitos humanos internacionais aos quais o Brasil adota para si;
- a publicização nos dias de hoje está no cumprimento da lei; da pena e não na execução(pena de morte);
- não pode-se declarar infames filhos e netos de réus, muito menos confiscar as posses da família;
- e, principalmente pelo nosso ordenamento jurídico vigente (art. 5º da Constituição Federal de 1988);
QUESTÃO OBJETIVA 1
- culturais (internos), pois a população não toleraria tal barbárie;
- pelos tratados de direitos humanos internacionais aos quais o Brasil adota para si;
- a publicização nos dias de hoje está no cumprimento da lei; da pena e não na execução(pena de morte);
- não pode-se declarar infames filhos e netos de réus, muito menos confiscar as posses da família;
- e, principalmente pelo nosso ordenamento jurídico vigente (art. 5º da Constituição Federal de 1988);
QUESTÃO OBJETIVA 1
A decadência do sistema colonial no Brasil deu-se em
virtude de alguns fatores externos à própria dinâmica da colônia. Neste
sentido, é possível afirmar que são fatores que NÃO influenciaram na referida
decadência;
a- ( )
Independência das Colônias Inglesas da América do Norte e Revolução
Francesa;
b- ( ) Revolução Industrial e difusão dos ideais
Iluministas na Europa;
c- ( ) Independência das Colônias Inglesas e
surgimento da ideia de livre comércio;
d- (
x) Expansão marítima portuguesa e
ascensão dos ideais.
R: É a alternativa (d) : Expansão Marítima
Portuguesa e ascensão dos ideais. Porque tanto um quanto outro contribuiram para
que as terras brasileira viessem a se tornar Colônia de Portugal.
QUESTÃO OBJETIVA 2:
O historiador Sérgio
Buarque de Holanda afirmou que “ ... a elevação da antiga Colônia à dignidade
de reino foi, por outro lado, o reconhecimento de uma situação de fato. (...)
um ato político no sentido amplo (...). Sentimento de tal ordem- que, além de
assegurar a administração tranqüila, permitia que se forjassem planos
imperialistas na direção do Prata e mesmo se reavivassem sonhos de uma
amplitude continental- havia de prender a Coroa ao Brasil, e o Brasil à
Monarquia.”
Neste sentido, no que
se refere à elevação do Brasil ao status de Reino Unido a Portugal e
Algarves, é correto afirmar:
a- ( ) Que foi uma concessão de D. João, dado os
laços de profundo afeto que ele mantinha com as terras brasileiras;
b- ( x ) Que foi o reconhecimento de direito de
uma situação que já havia se cristalizado no campo dos fatos;
c- ( ) Que foi o reconhecimento, por parte do
governo de D. João, de que o Brasil deveria manter completa independência em
relação à Portugal;
d- ( ) Que tinha por propósito atender aos ideais
liberais defendidos por grande parte da população portuguesa, e que iriam se
expressar mais largamente na chamada Revolução Liberal do Porto.
R: É a alternativa (b) , que foi o
reconhecimento de direito de uma situação que já havia se cristalizado no campo
dos fatos. Posto que, a vinda da família Real para o Brasil, e em conseqüência,
a evolução histórica, política e social à época, a partir desse ato, por si só,
tornava o Brasil já Reino Unido de
Portugal e Algarve.
APLICAÇÃO
PRÁTICA-TEÓRICA
Tendo por fim cooperar
no desenvolvimento das aulas, apresentamos os exercícios que contribuirão para
o processo de construção e avaliação dos conhecimentos ministrados na semana.
CASO 1
Leia a notícia abaixo
(extraída de http://www.pjmaringa.com.br/v9nacional/406-florianopolis-lanca-campanha-contra-reducao-da-idade-penal.html)
e, após, responda as questões que seguem:
Florianópolis_lança
campanha contra redução da idade penal- Qua, 10
Qua, 10 de Junho de 2009, 20:26 (extraído de http://www.pjmaringa.com.br/v9/nacional/406-florianopolis-lanca-campanha-contra-reducao-da-idade-penal.html)
A Pastoral da Juventude
da Arquidiocese de Florianópolis lançou ontem (9) a campanha contra a Redução
da maioridade Penal no Brasil. A articulação começou com um apelo às
autoridades instituídas, em especial aos Senadores catarinenses, para que não
aprovem os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional objetivando
reduzir a idade penal de 18 anos para 16 anos.
No Senado Federal, na noite da última
segunda-feira (8), a Senadora Ideli Salvati pediu aos demais senadores para que
possam levar em consideração aquilo que
a própria juventude está nos alertando: o risco, e não a solução para a questão
da violência, que seria a redução da maioridade penal?. (...) o aumento da
violência é um grande temor nos nossos tempos. Quando se vislumbra a
possibilidade de aumento da violência, as soluções sugeridas passam sempre
pelas mesmas propostas: aumento de pena ou diminuição da maioridade penal.
Nesse sentido, pesquise e responda:
a)
O Código Penal de 1890 admite penas
perpétuas?
R:
Segundo o art. 44 não há penas inflamantes, as penas
restritivas de liberdade são temporárias e não excederão a 30 anos.
b)
Qual a maioridade penal prevista no
Código Penal de 1890?
R:
: O Brasil adotou na época os
limites de 9 a 14 anos. Até os 9 anos o infrator era considerado inimputável,
entre 9 e 14 o juiz verificava se o infrator havia agido com discernimento
podendo ser considerado criminoso.
c)
Pelo que você tem lido na imprensa, a
maioridade penal aos 18 anos é um consenso na sociedade brasileira? O que você
pensa acerca do tema?
R:
Não. Porém seria um retrocesso pelo viés histórico-político-social, diminuir a
maioridade penal, principalmente, quando se sabe que mais de 65% dos jovens com
menos de 18 anos estão adentrando para infração e/ou criminalidade. Penso que
há uma hipocrisia generalizada em nosso país, haja vista o descaso com a
Educação e para com os trabalhadores na área; pois sabemos que não há um
projeto político que contemple a maioria. Se houvesse, o sistema prisional e
carcerário brasileiro não estariam repletos de pobre, afrodescendentes, em sua
maioria, e esses e aqueles, apenas com o
Ensino Fundamental incompleto.
QUESTÃO
OBJETIVA 1
Após
a leitura do texto abaixo, responda o solicitado.
A
Nação Brasileira adota como forma de governo, sob o regime representativo, a
República Federativa proclamada a 15 de novembro de 1889, e constitui-se, por
união perpétua e indissolúvel das suas antigas províncias, em Estados Unidos do
Brasil?. (Art. 1º da Constituição Republicana de 24 de fevereiro de 1891).
Tomando o artigo, transcrito, como
referência, a República implantada no Brasil em 15 de novembro de 1889:
a) Resultou de grande participação do
povo, especialmente nos primeiros anos do novo regime;
R:
Não. Basta analisarmos a reforma eleitoral aprovada pelos republicanos marcada pela exclusão da grande maioria do
povo brasileiro. Na adoção do preceito de que analfabeto não tem direito a
votar marginalizou a maioria da nossa população, especialmente os escravos recentemente
alforriados que eram em número de um milhão e meio numa população de dez
milhões de habitantes. Além desta exclusão, os republicanos criaram um sistema
eleitoral que terminava por estimular a fraude visto que o voto não era secreto
e o próprio governo se encarregava de contar os votos. Rapidamente o poder real
e concreto resvalou para os coronéis do interior, para os mandões locais que
manipulavam os resultados eleitorais visto que controlavam os seus currais
eleitorais com mão-de-ferro. Não demorou muito para que o processo eleitoral se
tornasse sinônimo de farsa. Um jogo de cartas marcadas onde todos os resultados
eram previsíveis de antemão.
b) Rompeu com a estrutura
socioeconômica existente no Império:
R:
Não. Porque foi implementada a “República dos Coronéis”.
c) Contou com o apoio do Exército brasileiro,
ligado ao advento e à consolidação da forma republicana de governo;
R: Sim. Ela foi
obra de militares e de um escasso grupo de civis do Partido Republicano,
fundado em 1873. O movimento
resultou de conjugação de três forças , uma parcela do exército, fazendeiros do
oeste paulista e representantes das classes médias urbanas.
d)Instituiu-se um governo social-democrático, como pretendiam
todos os envolvidos no movimento republicano.
R: Sim. Porque foi com a República que se
implantou o Federalismo, o sistema Presidencialista, a independência dos
Poderes, bem como a separação do Estado da Igreja. Terminou-se com a hierarquia
baseada no nascimento e na tradição de família substituindo-a pela forma
republicana e democrática baseada no talento pessoal e no mérito.
CASO CONCRETO 2
Leia a notícia a seguir e, depois,
responda as questões propostas.
Ensino Religioso continua
obrigatório na Rede Pública-São Paulo – Enquanto escolas particulares têm
garantida a liberdade de oferecer ou não ensino religioso, a rede pública se vê
obrigada a incluir a disciplina no currículo do ensino fundamental. A
determinação é prevista na Constituição Federal de 1988, que obriga a oferta
por parte do Estado e garante ao aluno a opção de freqüentar ou não essas
aulas. Resultados preliminares de estudos feito pela ONG (...), apontam os problemas de contradição de
um Estado laico financiar esse tipo de ensino em suas escolas públicas. (...) o
problema é que a mesma Constituição que traduz o Brasil em um Estado laico
prevê ensino religioso na escola pública e financiamento do governo às
instituições religiosas. “ A presença do ensino religioso, além de contrariar a
laicidade do Estado, dá margem a toda problemática das diferentes
regulamentações”, avalia., de acordo com a Lei de diretrizes e Bases da
Educação de 1996, os municípios e Estados são responsáveis por determinar as
normas do ensino religioso nas suas redes de ensino. (As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo online, em 18/08/2008).
Como se vê na notícia acima, a
discussão acerca da laicidade do Estado não se esgotou. Sendo assim:
Consulte a bibliografia indicada e
também o site http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11457, e explique a diferença entre
Estado confessional e Estado laico.
Utilizando as categorias acima
(laico e confessional), como podemos classificar o Estado no período Imperial?
E no período republicano?
Analisando a notícia acima, é
possível afirmar que laicidade do Estado estabelecida pela Constituição de 1988
importa em concluir uma completa superação da relação Igreja/Estado? Justifique
sua resposta.
R: O Brasil é um Estado
Laico como estabelece o artigo 19,
incisos I e III da Constituição
Federal:
Art. 19. É vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer
cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento
ou manter com
eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público.
(...)
III – criar
distinções entre brasileiros ou preferências entre si. (grifos e
destaques nossos)
Estado Laico é aquele que não se confunde com determinada religião, não adota uma religião oficial, permite a mais ampla liberdade de crença, descrença e religião, com igualdade de direitos entre as diversas crenças e descrenças e, no qual,fundamentações religiosas não podem influir nos rumos políticos e jurídicos da nação. É o que se defende ser o Brasil sob a égide da Constituição Federal de 1988, em razão de seu art. 19, inc. I, vedar relações de dependência ou aliança com quaisquer religiões. Já
Estado Confessional é aquele que, embora não se confunda com determinada religião, possui uma religião oficial que pode influir nos rumos políticos e jurídicos da nação, além de possuir privilégios não concedidos às demais. Foi o caso do Brasil Imperial, cuja Constituição definiu a religião católica apostólica romana como religião oficial do país.
QUESTÃO OBJETIVA 2
Leia a bibliografia indicada e,
após analisar as afirmativas abaixo, que, supostamente, tratam da constituição
de 1891, responda a questão:
I.
Estabeleceu-se
pelo art. 1º que o Brasil adotaria a forma de governo republicana.
II.
O
voto aberto (não secreto) proporcionou a possibilidade de ampliação do
exercício democrático;
III.
O
sistema presidencialista instaurado pressupunha que o Imperador exerceria o
Poder Executivo;
IV.
Assumiu-se, pela primeira vez, que o poder
seria tripartido entre os seguintes Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Estão
corretas as seguintes opções:
a) I e II;
b) II e III;
c) C) III e IV;
d) D) I e IV.
R: A resposta correta é a letra
“D”.
APLICAÇÃO
PRÁTICO-TEÓRICA:
Caso
1-AULA 6
O tráfico negreiro durante mais de três séculos
trouxe aproximadamente três milhões de escravos para o nosso país. Eram, os
cativos, os pés e as mãos do regime colonial português no Brasil e também da
organização sócio-produtiva do Império brasileiro. O sistema escravista somente
começaria a ruir a partir da metade do século XIX (e seu desmantelamento se deu
de forma gradual) por pressão dos movimentos abolicionistas, de que resultaram
as chamadas leis abolicionistas. Qual foi (ou quais foram) o principal (ou os
principais) condicionante (ou condicionantes) que marcaram os textos e os
objetivos das leis do Ventre Livre e dos Sexagenários?
R: A Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco, de nº
2040, de 28 de setembro de 1871, aprovada pelo gabinete do Visconde do Rio
Branco, membro do partido conservador brasileiro, à época. A lei oferecia aos “ingênuos”, filhos de
escravos, duas opções: poderiam ficar com seus senhores até atingir a
maioridade, que era de 21 anos, ou serem entregues ao governo. Quase todos os
ingênuos ficavam com seus senhores, estes dispensavam apenas doentes, cegos e
deficientes físicos. A criança vivia sob os cuidados do senhor,mas na verdade
prestava serviços como de escravos. Como os senhores já não tinham mais a
obrigação de sustentar os filhos de escravos, consideravam todo o tempo até a
maioridade como geradores de encargos desnecessários. Quando o indivíduo
atingia a maioridade estava totalmente atrelado às dívidas adquiridas com os
senhores por terem investido em seus cuidados. Para pagar essas dívidas, os
libertos tinham que prestar serviços gratuitos para quitar as contas, o que
voltava a ser uma situação de escravidão. A Lei do
Ventre Livre permitia a liberdade para os filhos de escravos, mas vários
artifícios na lei permitiam que os senhores não perdessem seus trabalhadores.
Por outro lado, aumentou o índice de mortalidade infantil por conta do descaso
com os recém-nascidos por parte dos senhores. De todo modo, a década de 1870
aumentou os debates abolicionistas e a ação do Estado rumo à abolição da
escravatura.
Já a Lei n.º 3.270, também conhecida como Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe (pela
grafia arcaica, Lei
Saraiva-Cotegipe) foi promulgada a 28 de setembro de 1885 que garantia
liberdade aos escravos com mais
de 65 anos de idade. Mesmo tendo pouco efeito prático, pois
libertava somente escravos que, por sua idade, eram menos valorizados, houve
grande resistência por parte dos senhores de escravos e de seus representantes
na Assembleia Nacional. A pressão sobre o Parlamento se intensificou a partir
de sua proposta, em 1884. Ao projeto, vindo do liberal ministério Sousa Dantas,
os escravocratas reagiram com tanto rigor, que a lei só foi aprovada em 1885, após aumentar o limite de idade
do cativo de sessenta para sessenta e cinco anos. A maioria dos sexagenários
estava nas províncias cafeeiras, o que explica a resistência na Câmara e no
Senado.
Questão objetiva
Tomando como referência a reforma eleitoral
implantada a partir de lei ordinária (Lei Saraiva de 09 de janeiro de 1881),
podemos afirmar que:
I - Manteve-se o critério de renda mínima para o
exercício do direito de voto, sendo que a comprovação da renda de 200 mil réis
foi bastante flexibilizada em relação às exigências
anteriormente existentes.
II
- A votação passou a ser direta e em turno único (eliminando -se, com isso, a
figura do VOTANTE).
III
- Adotou-se a prática do voto obrigatório.
IV
- O voto do analfabeto foi excluído.
Após
analisar cada uma das afirmativas acima (verificando se elas estão CORRETAS ou
ERRADAS), assinale, dentre as alternativas apresentadas
abaixo,
a que melhor reflete o resultado de sua análise:
A
- As afirmativas I e II estão corretas.
B
- As afirmativas II e III estão erradas.
C
- As afirmativas III e IV estão corretas.
D
- As afirmativas I e IV estão erradas.
E
- As afirmativas II e IV estão corretas.
R:
O que melhor reflete o resultado de minha análise é a resposta “E”, porque a
Lei Saraiva ou Lei do Senso, do dia 9 de janeiro de 1881, proposta por José
Antônio Saraiva ( deputado pelo partido Liberal da Bahia), sancionada pelo
Imperador D. Pedro II através do Decreto
N. 3029, e regulamentada através do Decreto N. 821, de 13 de agosto de 1881,
determinava: o voto direto, excluía o
voto do analfabeto ( uma reação das oligarquias dominantes que não pretendiam
as reformas que o Imperador estava propondo), sabendo-se que em 1881 o Brasil possuía 12 milhões de
habitantes e apenas 150 mil eleitores, conforme dados do Instituto Brasileiro
de Geografia
APLICAÇÃO
PRÁTICO-TEÓRICA:
Aplicação Prática
Teórica
Eis os casos concretos a serem resolvidos para a semana 5.
Lembre-se
de que deverão ser trabalhados em momento anterior à aula.
Caso 1
Em 1850 foi promulgada a lei Eusébio de
Queiros que aboliu definitivamente o tráfico de escravos da África para o
Brasil. Todavia, esta não foi a
única
lei destinada a combater o tráfico de africanos para o Brasil. Em novembro de
1831 entrou em vigor uma lei que procurava dar andamento a um tratado firmado
em 1826 entre a Inglaterra e o Brasil o qual, três anos após a sua ratificação
(que se deu em 1827) declararia como ilegal o comércio de escravos para o
Brasil. E s t a l e i , c o n t u d o , n ã o p r o d u z i u os efeitos desejados .
Desenvolva considerações acerca do que
contribuiu para o fracasso da lei de 1831 e das condições que possibilitaram o êxito
da lei Eusébio de Queiroz.
R: Porque a Lei Eusébio de Queiros foi muito
bem planejada para trabalhar dois mecanismos de poder, que são: as relações
pessoais e a lei.
Já a Lei de 1831, atendendo a um tratado
firmado com a Inglaterra em 1826, o
governo
brasileiro promulgara a Lei de 7 de novembro de 1831, por meio da qual todos os
escravos
africanos que entrassem no Brasil a partir daquela data seriam declarados
livres e
os
contrabandistas de escravos sofreriam severas penalidades. Essa lei teve
eficácia por
poucos
anos. Mais ou menos a partir de 1837 o tráfico já tinha retomado sua força e
alguns
anos
depois atingia proporções nunca antes vistas.
Em 1845, a Inglaterra se concedeu, por meio
do Aberdeen Act, poderes de jurisdição sobre
navios
e súditos brasileiros suspeitos de traficarem escravos africanos para o Brasil.
Cinco anos depois, o gabinete imperial encontrava forças para vencer as resistências
pró-tráfico da sociedade e do parlamento brasileiro e promulgava a célebre Lei
n. 581 de 4 de setembro de 1850, a Lei Eusébio de Queiroz.
Questão
objetiva 1
Segundo o historiador Boris Fausto (História do Brasil – EDUSP), mais do que assinalar a metade do século XIX no Brasil, o ano de 1850 foi marcado pela entrada em vigor de uma série de leis que buscavam mudar a fisionomia do país no sentido daquilo que se entendia à época, como modernidade. Assim, no que se refere a esta legislação, voltada para uma modernização institucional do Império, é CORRETO afirmar que:
A – Ela resultou de ampla participação popular, uma vez que o sistema político-eleitoral permitia que todos os homens, maiores de 21 anos pudessem exercer o seu direito de escolher diretamente os candidatos que iriam compor a Câmara dos Deputados.
B – Ela se voltou, fundamentalmente, para a reforma da Constituição de 1824, já que, na sociedade verificava-se a ascensão de um movimento voltado para a federalização do Estado Monárquico Brasileiro.
C – Ela foi decisiva para a implantação de uma ampla reforma agrária, promovida pela Lei de Terras, que realizou a venda, a preços simbólicos, de pequenos lotes de terra, visando à fixação do homem pobre livre e do ex-escravos na área rural.
D – Ela contribuiu para a recomposição da legislação cível brasileira, através da promulgação de nosso primeiro Código Civil, elaborado pelo advogado e jurista Teixeira de Freitas.
E- Ela criou as condições institucionais para modernização
do ambiente empresarial brasileiro da época, através da promulgação do Código
Comercial e dos decretos 737 e 738 que o
regulamentaram.
R: A resposta correta é a letra “E”, pois o Código Comercial está em vigência até
hoje.
Questão Objetiva 2
O Período Regencial, que se seguiu à abdicação de D. Pedro
I, foi marcado por uma série de reformas que refletiram as dificuldades que os
governos deste período tiveram em lidar com a inexistência de um consenso entre
grupos dominantes a respeito do arranjo institucional que lhes fosse mais
conveniente e do papel do Estado como organizador geral dos interesses
dominantes. Assim, com relação a alguns dos principais aspectos do Período
Regencial e das reformas institucionais nele ocorridas, é CORRETO afirmar que:
b- De um modo geral, as reformas promovidas
durante este período visavam tão somente explicitar, através de legislação
específica, a organização unitária e centralizada do Estado brasileiro prevista
na Constituição de 1824.
x c- Pelo Código de Processo Criminal de 1832, foi
promovida uma descentralização da administração da justiça criminal, o que pode
ser constatado pela ampliação das atribuições dos juízes de paz.
d- A lei da regência,
de junho de 1831, tinha como objetivo conceder amplos poderes aos regentes em
virtude da ambiência político-institucional conturbada do período posterior à
abdicação de D. Pedro I.
e- A criação da Guarda Nacional destinava-se a
garantir à implementação do processo de federalização do Estado brasileiro,
definido por emenda constitucional de 1834 ( o Ato adicional).
R: A resposta correta é a letra
“C”, pois os juízes de Paz tinham amplos poderes ( investigar e julgar).
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